Auguste Comte,
filósofo francês com grande influência no pensamento do século XIX, foi
responsável por fundar o Positivismo, que defende a ideia de que a única forma
de conhecimento verdadeiro é o conhecimento científico. Nesse sentido, para
Comte, a observação dos fenômenos é fundamental para adquirir a comprovação
científica de um fato e, assim, afirma, em sua obra "Curso de Filosofia
Positiva", que "somente são reais os conhecimentos que repousam sobre
fatos observados" (p. 5). Desse modo, o positivismo se baseia na
valorização do pensamento lógico e do método empírico, onde a descrição
científica dos fatos leva à criação de leis invariáveis, como as das ciências
exatas, e de regras gerais aplicáveis aos mesmos fatos, permitindo a sua
previsão.
Nesse sentido,
o pensador brasileiro Olavo de Carvalho, no trecho "Mentiras Gays" de
seu livro "O Imbecil Coletivo" se utiliza do pensamento lógico para
sustentar uma visão preconceituosa para com as relações homossexuais,
utilizando o termo "homossexualismo", que é pejorativo pois aproxima a
homossexualidade de uma doença. Segundo ele, há uma hierarquia entre a
homossexualidade e a heterossexualidade, já que aquela seria apenas um desejo
que, caso fosse impedido causaria uma insatisfação em determinado grupo de
pessoas, e esta seria algo necessário para garantir a continuidade da espécie
e, portanto, não podem ser colocados num mesmo nível.
Assim, Olavo de Carvalho se utiliza do
ideal positivista de que o útil é priorizado em relação ao inútil e, dessa
forma, como ele parte da manutenção da espécie como critério para determinar a
utilidade, a homossexualidade seria "inútil". Porém, a fala do
pensador é apenas uma maneira de tentar justificar suas opiniões
preconceituosas baseando-as em princípios científicos, quando, na realidade,
não há fenômenos para serem observados que comprovem sua visão.
Giovanna Marques Guimarães - 1º ano - Direito (matutino)
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