O Pensamento de Olavo de Carvalho perante o Positivismo
Olavo de Carvalho,
autor de diversos livros e importante representante do pensamento conservador
brasileiro contemporâneo, em sua obra “O Imbecil Coletivo”, faz duras criticas
à maneira como alguns estudiosos e setores da sociedade têm abordado a questão
da aceitação da homossexualidade e as lutas pelos direitos LGBTQ+, colocando-as
como sendo exigências por privilégios e requisições ilegítimas.
Olavo conceitua neste livro que o comportamento homossexual é
exclusivamente um desejo e um fetiche, além de ser uma escolha, diferente da
heterossexualidade, que é uma necessidade natural para a sobrevivência e
perpetuação da humanidade, colocando as relações homo afetivas como egoístas e que não trariam nenhum tipo de
beneficio para a sociedade, tendo função apenas de satisfazer supostos fetiches
de alguns indivíduos. Ademais, o autor discorda da ideia de colocar os
homossexuais como uma minoria, já que ocuparam inúmeras posições de poder e
influência no decorrer da história e utilizaram-se delas para perpetuar
maldades e desejos pessoais. A partir disso o autor descaracteriza as lutas da
comunidade LGBTQ+ como sendo uma busca por igualdade, e sim por regalias
injustas.
Parte de seu pensamento
vai de acordo com o pensamento Positivista do filósofo francês Auguste Comte,
pois ambos colocam comportamentos diferentes dos habituais como uma afronta ao
ordenamento natural da sociedade, que tem sua manutenção como sendo de extrema
importância para o avanço da humanidade rumo a um estado mais evoluído. A
homossexualidade seria uma quebra do “equilíbrio social”. No entanto, o
pensamento de Olavo de Carvalho não concorda com o positivismo em vários
aspectos, inclusive com um de seus principais pilares, o método positivista, já que
não se utiliza do mesmo para a formulação de suas teses. O método do positivismo
de Comte propõe que as ciências humanas devem ter o mesmo rigor cientifico e de
neutralidade que as ciências exatas, como física e química, mas Olavo utiliza
um embasamento pouco sólido e que é muito mais influenciado por suas de
opiniões e crenças pessoais do que em dados e pesquisas acadêmicas sérias. Ele
utiliza-se de uma linguagem técnica e supostamente cientifica apenas para
justificar e disfarçar suas próprias convicções e preconceitos.
Embora concorde em
Comte em alguns pontos, Olavo falha em relação ao método
positivista, já que se utiliza de uma abordagem totalmente arbitrária e
partidária enquanto ignora uma série de fatos, se encaixando em uma critica que
Friedrich Nietzsche faz a alguns filósofos em seu livro “Além do bem e do mal”:
“E ainda que o neguem, são advogados e frequentemente astutos defensores de
seus preconceitos que eles chamam de verdades”.
João Lucas Albuquerque Vieira
UNESP Franca
Direito Matutino
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