Auguste Comte, um dos principais idealizadores da corrente
filosófica positivista, afirmava que o único conhecimento verdadeiro seria o
conhecimento científico, provado por métodos válidos, como a observação e a
experimentação. O positivismo afasta a teologia e a metafísica tendo em vista
uma ética humana e acredita que o progresso da humanidade é diretamente
proporcional ao progresso científico.
Olavo de Carvalho, ao analisar os mitos construídos em
volta da homossexualidade bebe da mesma fonte cientificista que o positivismo.
Olavo busca refutar dois pontos: A perseguição sofrida pelos homossexuais e sua
superioridade intelectual. Para isto, Olavo se vale de dados empíricos e constatações
históricas. O escritor contradiz a perseguição sofrida por homossexuais afirmando
que em diversos momentos históricos, onde estiveram mais próximos do poder a
narrativa se esvaiu, concluindo que a ideia do opressor e do oprimido seria
apenas uma tentativa de chegar ao poder, no momento que se encontram mais
afastados. Olavo também afirma que os homossexuais, quando no poder são os
verdadeiros opressores, dando como exemplo Calígula e Mao Tsé-Tung, além de
expor o tráfico de meninos jovens em âmbito internacional, o que comprovaria o
poder exercido pelos homossexuais, ora oprimidos, ora opressores.
Quanto ao segundo ponto, da superioridade intelectual dos homossexuais,
Olavo afirma que não passa de uma análise enviesada de estatísticas, o que mais
uma vez provaria a influência cultural e social dos homossexuais, segundo Olavo
essas estatísticas só se dão pois desconsideram a prática heterossexual, ainda
que comprovada e duradoura, sob o mais leve indício de experiências
homossexuais. Assim, dando o exemplo de Lorde Byron, Olavo afirma que o
homossexualismo episódico é considerado homossexualismo, enquanto o heterossexualíssimo
só é definitivo se exclusivo, mostrando a falácia das listas de celebridades homossexuais.
Olavo ainda debate questões como preconceito e discriminação,
hegemonia cultural e ensino às crianças sobre a homossexualidade, todos os
pontos sob a mesma visão cientificista dos dois apresentados anteriormente.
Concluindo que: “Nenhum sofisma poderá jamais revogar essas evidências(...)
ainda que obscurecidas por toneladas de controvérsias pseudo-eruditas e de artificialismo
sufocante. ”. O autor termina seu texto dizendo que os homossexuais sacrificam
sua consciência do altar do gosto. Essa dicotomia entre gosto e verdade, crença
e evidência, relacionadas às posições do autor em cada uma confirmam que, por
mais que negue, Olavo de Carvalho é um legítimo positivista.
Pedro Augusto Ferreira Bisinotto
Direito-Noturno
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