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domingo, 21 de abril de 2019


O Imbecil é o Indivíduo


Positivismo é uma ciência que busca dominar a natureza, trata-se de uma física social exata, e que portanto não busca entender os indivíduos que formam a sociedade, porém somente a vinculação dos fenômenos em si. Segundo o filosofo Francis Bacon, trata-se de uma ciência exata e precisa, não cabendo o entendimento de “peculiaridades” humanas como a homossexualidade – que foge da norma imposta.
O entendimento positivista que a realidade é o imediato, os fatos observados, é preambulo para preconceitos como a homofobia. Isto porque a homossexualidade seria - a partir da interpretação de Olavo Carvalho - anormal dentro uma lógica utilitária, não possuindo razão de ser em uma primeira análise. A partir disto seria a heterossexualidade o mais valoroso para a humanidade, pois remete a uma necessidade natural, além de contribuir para a reprodução da espécie humana. Ao seguir esta linha de raciocínio, interpreta-se que a homossexualidade seria um desejo desnecessário por um prazer inútil, que nada contribui para a sociedade humana – somente um empecilho para o mantimento da ordem.
O pensamento positivista pode ser compreendido como uma ciência que versa sobre o útil frente ao inútil, em detrimento ao entendimento da essência das coisas. Ou seja, ao se analisar os fenômenos a partir de uma metodologia de análise precisa e de rigorosa exatidão, perde-se aspectos importante sobre a condição humana. Sendo que esta criação de leis lógicas - embasadas no vislumbre dos fenômenos sociais - buscam a ordem para assim alcançar o progresso. A razão disto é a crença positivista de que somente uma sociedade coesa, ordenada, pode alcançar a felicidade de seu coletivo. No entanto, trata-se de um coletivo que não engloba todos os indivíduos, mas somente aqueles com papel social útil para garantir os “bons costumes”.
Porém como é possível transcrever a condição humana de amar na letra tão fria que é a lei? A positivação das normas, que versam sobre ideais de ordem e progresso, significa submeter a realidade a uma condição mecanicista, no qual a individualidade é engessada em um modelo de produção. Portanto, a loucura dos corações que batem pelo mesmo sexo é acreditar que eles teriam lugar em um coletivo de preconceito.
O imbecil não é o sujeito que busca a realização e o desenvolvimento de sua alma humana, mas é aquele que busca ordenar emoções que não estão no campo da desordem. Assim, Olavo Carvalho se confunde, pois o Imbecil não é o coletivo dos homossexuais, é o individual, ele próprio.

Érika Nery Duarte
Direito Matutino, primeiro ano

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