O Imbecil é o Indivíduo
Positivismo
é uma ciência que busca dominar a natureza, trata-se de uma física social
exata, e que portanto não busca entender os indivíduos que formam a sociedade,
porém somente a vinculação dos fenômenos em si. Segundo o filosofo Francis
Bacon, trata-se de uma ciência exata e precisa, não cabendo o entendimento de “peculiaridades”
humanas como a homossexualidade – que foge da norma imposta.
O
entendimento positivista que a realidade é o imediato, os fatos observados, é
preambulo para preconceitos como a homofobia. Isto porque a homossexualidade
seria - a partir da interpretação de Olavo Carvalho - anormal dentro uma lógica
utilitária, não possuindo razão de ser em uma primeira análise. A partir disto
seria a heterossexualidade o mais valoroso para a humanidade, pois remete a uma
necessidade natural, além de contribuir para a reprodução da espécie humana. Ao
seguir esta linha de raciocínio, interpreta-se que a homossexualidade seria um
desejo desnecessário por um prazer inútil, que nada contribui para a sociedade
humana – somente um empecilho para o mantimento da ordem.
O
pensamento positivista pode ser compreendido como uma ciência que versa sobre o
útil frente ao inútil, em detrimento ao entendimento da essência das coisas. Ou
seja, ao se analisar os fenômenos a partir de uma metodologia de análise
precisa e de rigorosa exatidão, perde-se aspectos importante sobre a condição
humana. Sendo que esta criação de leis lógicas - embasadas no vislumbre dos
fenômenos sociais - buscam a ordem para assim alcançar o progresso. A razão
disto é a crença positivista de que somente uma sociedade coesa, ordenada, pode
alcançar a felicidade de seu coletivo. No entanto, trata-se de um coletivo que
não engloba todos os indivíduos, mas somente aqueles com papel social útil para
garantir os “bons costumes”.
Porém
como é possível transcrever a condição humana de amar na letra tão fria que é a
lei? A positivação das normas, que versam sobre ideais de ordem e progresso,
significa submeter a realidade a uma condição mecanicista, no qual a
individualidade é engessada em um modelo de produção. Portanto, a loucura dos
corações que batem pelo mesmo sexo é acreditar que eles teriam lugar em um
coletivo de preconceito.
O
imbecil não é o sujeito que busca a realização e o desenvolvimento de sua alma
humana, mas é aquele que busca ordenar emoções que não estão no campo da
desordem. Assim, Olavo Carvalho se confunde, pois o Imbecil não é o coletivo
dos homossexuais, é o individual, ele próprio.
Érika Nery Duarte
Direito Matutino, primeiro ano
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