O pensamento
positivista de Augusto Comte está muito presente na obra “O Imbecil Coletivo” de
Olavo de Carvalho, a análise sobre a homossexualidade e a vida das pessoas da
comunidade LGBT no ensaio “Mentiras gays” corroboram com essa corrente de
pensamento conservadora.
De acordo com o positivismo os fenômenos
sociais são entendidos como as ciências naturais, existem leis invariáveis que
regem e ordenam o meio social e o conhecimento é construído por meio dos
estudos científicos apenas, desconsiderando a metafisica e a espiritualidade
humana.
O professor Olavo de Carvalho, ao
seguir essas diretrizes faz afirmações absurdas e relativiza fatos observados cotidianamente
no contemporâneo brasileiro, o preconceito e o ataque aos homossexuais é real e
os desafios são cada vez maiores, vivemos no país que mais mata pessoas da
comunidade LGBT e atualmente observa-se uma explosão de ódio em todas as
esferas sociais que intensificam a homofobia e a violência.
Tratar questões da psiquê humana genérica
e generalizadamente produz equívocos e afirmações estupidas, como em: “O
homossexualismo é e será sempre uma questão de gosto, e o heterossexualismo uma
questão de vida ou morte”. Não se trata da manifestação pessoal de preferencia
a algo, são traços da personalidade e da individualidade de cada ser, que devem
ser respeitadas e toleradas por todos, a luta por direitos é legitima, pois não
há igualdade entre os homo e os heterossexuais.
Outrossim, à luz da ciência moderna e do
desenvolvimento da psicanálise, nivelar a homossexualidade à pedofilia evidência
o embasamento raso e preconceituoso do autor, o pensamento simplista positivista
da obra e caracteriza também um insulto a própria natureza humana.
Gabriella Natalino - direito matutino
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