Total de visualizações de página (desde out/2009)

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Uma “população” cada vez maior de Rachel Sheherazade vs Durkheim.


  Em meio ao caos social, gradativamente maior e violento e, à precária eficiência das instituições brasileiras em prol da garantia dos direitos básicos de todo e qualquer ser humano, acabam por refletir nas atitudes e nos pensamentos recentemente propagados entre a população aos ataques “em legítima defesa coletiva” àqueles intitulados marginais pela maioria autoproclamada “justiceira social”. Esses atos considerados “heroicos” pela população deixa explícito o ideal destes de que ‘todo criminoso escolheu assim ser e pratica atos ilícitos por livre e espontânea vontade merecendo assim, mesmo em crimes leves, a pena de morte e apodrecer na cadeia.’ Durkheim estaria agora revirando em seu túmulo com tamanha ignorância popular em pleno século XXI.
  O sociólogo francês admite ser a criminalidade um fato social – algo inerente e externo às pessoas e que influencia seu comportamento, mesmo que inconscientemente - presente em todas as sociedades e que devido à um sistema desigual e coercitivo do governo somado à impossibilidade de ter serviços públicos de qualidade ao seu alcance, se vê obrigado a praticar e agir de forma violenta que lhe garanta o mínimo para sua sobrevivência básica. O caso na Suécia, noticiado pela revista Carta Capital no fim do ano passado, sobre a diminuição da população carcerária por conta do investimento na ressocialização dos detentos e a aceitação disso como uma questão social, é um exemplo prático do pensamento de Durkheim e a menos presente entre os brasileiros, acusando de forma ferrenha a má índole daquele que comete um crime e a necessidade da opressão firme do Estado.
  Por mais que exista predominantemente a pluralidade de pensamentos na população atual, cada e todo indivíduo sempre tem suas ações influenciadas pela sociedade que a envolve, pelo seu dia a dia e dos seus direitos fundamentais assistidos ou não pelo governo, causando no caso da impunidade, a ira da população e a crença de que podem fazer tudo o que querem por nada acontecer em resposta, como afirma enfaticamente a jornalista Sheherazade, que defende a tese de que a criminalidade não é consequência da pobreza, mas do ‘coitadismo’ e da legislação permissiva. Dessa forma, fica evidente a imensa influência que a mídia também tem no modo de pensar e agir da população, deixando – os alienados e cegos por vingança, baseando – se no dizer popular que ‘lugar de bandido é na cadeia’.
  Em suma, acreditando serem ser a sociedade e o descaso do governo os fatores de principal influência nas ações das pessoas, tem de haver uma resposta primeiramente da União para prover melhores condições de vida para qualquer brasileiro e tratar os que cometem infrações –  não por sua personalidade encaminhada para a criminalidade, mas como reflexo das péssimas oportunidades de vida que o Estado proporciona - como um ser humano dotado de direitos, sendo passível de reintegração na sociedade para que em consequência haja um equilíbrio gradativamente construído por todos, como um organismo só.
     Maiara Lima 1° ano Direito noturno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário