O que
a sociedade é, define o que o homem será
De acordo com Émile Durkheim, o fato social é
entendido como algo que se repete, que se reconhece pela difusão apresentada no
interior do grupo e existe independente das formas individuais. O crime é
abarcado por essa concepção e é considerado pelo sociólogo francês como normal,
uma vez que sua ocorrência já é prevista.
Entretanto, o tratamento que é dado a esse
fato social pode repercutir de maneiras diferentes. Enquanto 4 prisões e um
centro de detenção foram fechados na Suécia, por falta de prisioneiros, no
Brasil, o governador de São Paulo pretende construir mais 11 unidades
prisionais até o fim deste ano.
Acredita-se que a queda no número de presos
no país europeu deva-se ao investimento em reabilitação, à adoção de penas
alternativas e à adoção de medidas mais leves para delitos relacionados às
drogas. Com exceção do último, atitudes semelhantes são tomadas na nação sul
americana, como o programa de reinserção de ex presidiários no mercado de trabalho,
no qual as empresas participantes recebem incentivos fiscais, o pagamento de
cestas básicas, prestação de serviços à comunidade e até mesmo a liberdade
vigiada que está começando a ser implantada.
Contudo, o resultado não é o mesmo e a razão
para isso talvez possa ser explicada pela teoria durkheimiana, que em sua
essência prega que a sociedade sobrepõe-se ao homem. Uma vez tratando-se de
sociedades completamente distintas, suas pressões sobre o indivíduo trariam
diferentes consequências.
Assim, tomando como
verdadeira a visão de Durkheim, só haverá diminuição nas ocorrências do fato
social natural, crime, quando a própria sociedade reformular-se e apresentar
instituições mais operáveis e funcionais, pois o que a sociedade é, define o
que o homem será.
Letícia Raquel de Lava Granjeia – 1º Ano
– Direito Noturno
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