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segunda-feira, 12 de maio de 2014

O perigoso contrato

 Certa vez, em um dia inspirado, meu pai me aconselhou a sempre temer entrar em uma manifestação em massa, ou briga conjunta. Sim, as pautas podem parecer coerentes e ideais, mas você nunca conhece quem realmente toma a frente dos atos. Suas ligações, seu modo de pensar. É perigoso deixar nossa assinatura embaixo de ações de líderes marqueteiros. Você simplesmente perde sua essência, é influenciado a agir e a falar como um grupo externo, coagido a sofrer suas consequências.
Não sei se meu pai tinha lido Durkheim, ou tido alguma aparição com suas ideais sobre fato social, mas sei que me encontrei com ele lendo trechos de sua obra As Regras do Método Sociológico:
“Estamos, pois, diante de maneiras de agir, de pensar e de sentir que apresentam a propriedade marcante de existir fora das consciências individuais” (DURKHEIM, ÉMILE)
Durkheim também discorria sobre as falsas emoções que somos coagidos a sentir quando estamos em conjunto. Emoções que podem nos levar ao horror no fim da noite, quando apenas nosso próprio julgo determina o caráter do fato. Temos como um drástico exemplo o famoso Hitler. Ele pode ter sido o dono da mente geniosa do nazismo, mas a população alemã foi inspirada ao ódio aos judeus, ao ufanismo, às práticas ilegais e agressões aos direitos humanos. Elas assinaram embaixo sem saberem o que ocorria exatamente nos campos de concentração. Fechavam os olhos e Heil Hitler em tudo que não os coubesse ao respeito.
Devemos temer tudo aquilo que nos ensinam desde o berço, aquilo que com o prazer da insistência acaba se tornando um hábito agregado aos costumes. O racismo, o machismo, o ufanismo, às práticas homofóbicas, nada mais que o acúmulo de informações externas e de coerção da vivência do fato social. 

Ana Carolina Almeida Ayres, 1º ano, diurno

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