Certa vez, em um dia inspirado, meu pai me aconselhou a sempre temer
entrar em uma manifestação em massa, ou briga conjunta. Sim, as
pautas podem parecer coerentes e ideais, mas você nunca conhece quem
realmente toma a frente dos atos. Suas ligações, seu modo de
pensar. É perigoso deixar nossa assinatura embaixo de ações de
líderes marqueteiros. Você simplesmente perde sua essência, é
influenciado a agir e a falar como um grupo externo, coagido a sofrer
suas consequências.
Não sei se meu pai tinha lido Durkheim, ou tido alguma aparição
com suas ideais sobre fato social,
mas sei que me encontrei com ele lendo trechos de sua obra As Regras
do Método Sociológico:
“Estamos, pois, diante de maneiras
de agir, de pensar e de sentir que apresentam a propriedade marcante
de existir fora das consciências individuais” (DURKHEIM, ÉMILE)
Durkheim também discorria sobre as
falsas emoções que somos coagidos a sentir quando estamos em
conjunto. Emoções que podem nos levar ao horror no fim da noite,
quando apenas nosso próprio julgo determina o caráter do fato.
Temos como um drástico exemplo o famoso Hitler. Ele pode ter sido o
dono da mente geniosa do nazismo, mas a população alemã foi
inspirada ao ódio aos judeus, ao ufanismo, às práticas ilegais e
agressões aos direitos humanos. Elas assinaram embaixo sem saberem o
que ocorria exatamente nos campos de concentração. Fechavam os
olhos e Heil Hitler em
tudo que não os coubesse ao respeito.
Devemos temer tudo aquilo que nos
ensinam desde o berço, aquilo que com o prazer da insistência acaba
se tornando um hábito agregado aos costumes. O racismo, o machismo,
o ufanismo, às práticas homofóbicas, nada mais que o acúmulo de
informações externas e de
coerção da vivência do
fato social.
Ana Carolina Almeida Ayres, 1º ano, diurno
Ana Carolina Almeida Ayres, 1º ano, diurno
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