Engels, juntamente com Marx, é um dos
maiores expoentes da filosofia do século XIX por romper efetivamente com o
pensamento idealista hegemônico vigente até então. Suas primeiras reflexões baseavam-se
no questionamento do conceito de Estado moderno “libertário”, defendido por
Hegel. Engels acredita que essa liberdade não é efetiva e muito menos
universal, é um Estado livre apenas para a burguesia, que usa de qualquer
ferramenta para obter lucro como, por exemplo, a despersonalização da produção,
trabalho compulsório de adultos e crianças e até mesmo o domínio e mecanização
tempo.
O Materialismo Dialético é um dos
conceitos mais fascinantes da teoria desses dois pensadores. Consiste no estudo
do constante movimento de contrários a partir dos fatos extraídos de uma
profunda análise empírica da sociedade, o que permite a elaboração de observações
muito mais voltadas à práxis do que apenas a teoria convencional. A filosofia
de Engels mostra a necessidade de aplicar os conceitos teóricos para efetivar a
transformações que a sociedade doente do século XIX tanto clamava.
O socialismo, ao contrário do que
muitos pensam, não é a simples divisão dos bens individuais conquistados ao
longo da vida de um homem ou tampouco a recusa da modernidade, mas sim a utilização
da ciência, conhecimento e tecnologia despertados pelo capital objetivando a expropriação
da produção de forma coletiva. É romper com os grilhões da expropriação daquilo
que é ontológico ao homem: o domínio total de seu trabalho. É acabar com a igualdade
formal que, ao invés de assegurar as mesmas condições mínimas de desenvolvimento
individual considerando cada singularidade dentro das relações humanas,
assegura os direitos dos poucos privilegiados que estão inseridos na lógica de
mercado. A liberdade humana, inclusive, lamentavelmente reduziu-se a liberdade
de mercado.
É mais que necessária a apropriação das
ideias de Engels na contemporaneidade, haja vista que quanto mais os séculos
avançam, mais o capitalismo se modifica, se adaptando às recentes necessidades político-econômicas e aos modernos agentes
sociais; encontrando sempre novas ferramentas para consolidar a velha exploração
e desigualdade, características de sua lógica selvagem de acumulação.
Amanda D. Verrone - 1º Ano Noturno
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