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domingo, 26 de maio de 2013

A falácia da libertação capitalista desumana

                Engels, juntamente com Marx, é um dos maiores expoentes da filosofia do século XIX por romper efetivamente com o pensamento idealista hegemônico vigente até então. Suas primeiras reflexões baseavam-se no questionamento do conceito de Estado moderno “libertário”, defendido por Hegel. Engels acredita que essa liberdade não é efetiva e muito menos universal, é um Estado livre apenas para a burguesia, que usa de qualquer ferramenta para obter lucro como, por exemplo, a despersonalização da produção, trabalho compulsório de adultos e crianças e até mesmo o domínio e mecanização tempo.
            O Materialismo Dialético é um dos conceitos mais fascinantes da teoria desses dois pensadores. Consiste no estudo do constante movimento de contrários a partir dos fatos extraídos de uma profunda análise empírica da sociedade, o que permite a elaboração de observações muito mais voltadas à práxis do que apenas a teoria convencional. A filosofia de Engels mostra a necessidade de aplicar os conceitos teóricos para efetivar a transformações que a sociedade doente do século XIX tanto clamava.
            O socialismo, ao contrário do que muitos pensam, não é a simples divisão dos bens individuais conquistados ao longo da vida de um homem ou tampouco a recusa da modernidade, mas sim a utilização da ciência, conhecimento e tecnologia despertados pelo capital objetivando a expropriação da produção de forma coletiva. É romper com os grilhões da expropriação daquilo que é ontológico ao homem: o domínio total de seu trabalho. É acabar com a igualdade formal que, ao invés de assegurar as mesmas condições mínimas de desenvolvimento individual considerando cada singularidade dentro das relações humanas, assegura os direitos dos poucos privilegiados que estão inseridos na lógica de mercado. A liberdade humana, inclusive, lamentavelmente reduziu-se a liberdade de mercado.

            É mais que necessária a apropriação das ideias de Engels na contemporaneidade, haja vista que quanto mais os séculos avançam, mais o capitalismo se modifica, se adaptando às recentes necessidades político-econômicas e aos modernos agentes sociais; encontrando sempre novas ferramentas para consolidar a velha exploração e desigualdade, características de sua lógica selvagem de acumulação.




Amanda D. Verrone - 1º Ano Noturno

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