Em contrapartida, o chamado socialismo científico proposto por Marx e Engles, baseia-se análise da realidade tal qual ela é para se atingir a forma de socialismo realmente possível, não utópica. Para elaborar o socialismo científico os pensadores pautam-se ainda no Materialismo Dialético, concepção que defende que o ambiente e os fenômenos naturais moldam os animais e os seres humanos tanto quanto o contrário também ocorre, assim existindo uma relação dialética entre o psicológico e o social.
O Socialismo Científico surge no século dezoito como proposta de transformação social. No período ocorria a ascensão da burguesia, classe que apesar de ter destituído o feudalismo não acabou com as desigualdades sociais, mas sim criou seus próprios privilégios. Além disso, passava-se a viger o capitalismo como modo de produção, o que aumentava ainda mais as desigualdades sociais, visto que muitos trabalhadores foram substituídos por máquinas, ficando assim desempregados. Marx e Engels acreditavam, no entanto, que o capitalismo era apenas um estágio da sociedade pelo qual era necessário se passar, para que pudesse se chegar à sociedade ideal. Dessa forma, a partir da análise da sociedade e dos fenômenos sociais segundo a dialética, em todos os casos existe uma tese, uma antítese e uma síntese. Segundo os pensamentos dos filósofos é possível fazer uma analogia ao capitalismo como tese, o socialismo como antítese e o comunismo como síntese, que seria essa a sociedade idela.
Em suas análises ainda os filósofos se valem do Materialismo Histórico, o qual procura as causas do desenvolvimento e mudanças na sociedade. As classes sociais e as relações entre elas, além das estruturas políticas e formas de pensar de uma dada sociedade, seriam fundamentadas em sua atividade econômica. A ideia central do Materialismo Histórico é que a evolução histórica se dá pelos confrontos entre diferentes classes sociais decorrentes da "exploração do homem pelo homem".
Entretanto, apesar de Marx e Engels terem elaborado caminhos para melhorar os problemas sociais, ainda hoje vivemos em uma sociedade extremamente capitalista e extremamente desigual.
Ana Carolina Nunes Trofino - Direito Noturno
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