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domingo, 26 de maio de 2013

Em razão das transformações provocadas pela Revolução Francesa em 1789, a posse dos meios de produção passou a permitir que seus detentores estabelecessem salários não concernentes ao trabalho realizado e que se apropriassem da diferença não paga aos trabalhadores. Karl Marx, em sua obra “O Capital”, de 1905, chamou esta diferença de valor apropriada de mais-valia e propôs a conversão dos meios individuais em meios sociais de produção, através da socialização dos meios de produção e extinção das classes sociais.

Apesar de inovadora, a proposta socialista apresenta ressalvas: se a estatização favorece o igual acesso aos recursos econômicos produzidos coletivamente, por outro lado restringe em certo nível a liberdade individual. Neste ponto, o sistema apresentado pode encontrar entraves, uma vez que o panorama social e econômico predominante até os dias atuais não só permite como valoriza o consumo individual. Além disto, o socialismo proposto por Marx, embora se declare igualitário, defende os direitos da classe trabalhadora, sem referir-se à igualdade de direitos a que todos os demais cidadãos, quer trabalhadores ou não, devem possuir.

Desta forma, conclui-se que embora a proposta de Marx tenha sido um marco pela inovação sugerida, ela possui contradições inerentes às suas próprias ideias básicas, tal qual o capitalismo. A plena igualdade social depende da consciência coletiva pautada na solidariedade e no bem coletivo, construção que não se efetiva de maneira sólida pela mera imposição deste ou daquele sistema econômico, independente das possíveis propostas sociais que possam existir por detrás deles.

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