Analisar a sociedade de sua época
e buscar compreender os caminhos que a levaram a tamanha disparidade, de forma
a obter meios de suprir as desigualdades, foi o objeto de análise de Friedrich Engels para compor a doutrina marxista juntamente com Karl Marx.
Embora oriundo de família burguesa, seu pensamento centrou-se na classe
explorada, cuja força de trabalho proporcionava os privilégios dos detentores
do poderio industrial.
A formulação do
conceito de socialismo científico visa afastar sua análise de concepções
metafísicas, de forma a situá-la no campo do palpável e do real. Para tanto, efetiva-se
a análise do socialismo ainda tido como utópico, com embasamento em Babeuf,
Saint-Simon, Fourier e Owen. Ponderando tais teóricos, Engels conclui que a
aplicação do socialismo cabe aos homens dados como “especiais”, uma vez que não
é possível predeterminar sua ocorrência, já que esta está condicionada ao
acaso. A estes, não basta apenas
compreender, e sim, buscar caminhos para alterar a situação discriminante.
O novo poder
instaurado com a Revolução Industrial se afasta do campo político e concentra-se
na economia. Ele consiste na própria obra da classe operária, cuja fonte de
riqueza dos seus patrões passa a ser obtida pelo uso do maquinário. Dessa
forma, o conflito existente entre as forças produtivas e as relações de
produção é manifestado nas próprias contradições do capitalismo, uma vez que a
própria burguesia atribui ao proletariado a expropriação dos meios de produção
para atingir sua finalidade que é o lucro.
Como o próprio
materialismo já emprega, a análise histórica é fundamental para reconhecer o
modo de eliminar o que aflige a sociedade de uma dada época. É neste ponto que
o próprio socialismo utópico não deve mais ser visto como primitivo. Um dos
seus principais expoentes, Robert Owen, representante típico da burguesia
industrial inglesa, soube reconhecer a precariedade das condições de seus
funcionários, evoluindo de uma mera ação assistencial para crítico direto do
capitalismo. Exemplos como esse auxiliam para traçar o eixo do processo de
reconhecimento do movimento operário, condicionando o explorado a tomar consciência
perante sua condição alienante, de forma a torná-lo detentor de sua própria
emancipação.
Luisa Loures Teixeira - 1º ano Direito Diurno
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