O materialismo dialético
trata de um confronto entre tese e antítese, entre afirmação e negação, produzindo
uma nova realidade. Contudo, na atualidade, o confronto é taxativamente
definido como negativo, o embate de ideais é para muitos é unicamente uma manifestação
de racismo, de preconceitos, de imposição ideológica.
Claro que durante o embate ideológico alguns posicionamentos
são realmente racistas, preconceituosos e antidemocráticos, porém, o confronto
leva os diferentes polos envolvidos a procurarem meios de defender sua tese, o
que permite a evolução, pois na ânsia de ver seu posicionamento evoluir, o
defensor da ideia aprofunda-se, buscando novos argumentos, que leva o lado
oposto a realizar o mesmo aprofundamento, procurando derrubar os novos
argumentos. Dessa forma, o confronto é um legitimo produtor de evolução, desde
que os direitos fundamentais do homem e a liberdade de expressão sejam respeitados.
Infelizmente, há uma tendência moderna de hostilidade em relação
àquele que se posiciona de maneira ideologicamente oposta. Sendo assim,
perde-se a importância do conflito e instaura-se uma personificação da
ideologia, na qual ver o outro humilhado garante a superioridade de um
pensamento.
Procura-se, portanto, a destruição da ideia oposta e do seu
defensor. Todavia, a unanimidade não gera benefícios. É a pressão do confronto
que leva tese e antítese evoluírem, possibilitando melhorias sociais e técnicas.
Quando a tese perde a antítese, não há mais motivos pra evoluir, afinal não há
nada que a questione, que coloque em xeque seus dogmas e leve o homem a
repensar aquilo que acredita, e acima de tudo, que nega.
Por fim, a manutenção do confronto garante a manutenção da evolução.
O confronto movimenta a sociedade, por tirar o homem de sua zona de conforto.
Pesquisas, experiências, aprofundamentos, tudo isso em busca da tentativa de
defender seu argumento. Certamente, o confronto é a maneira mais legitima de se
aprimorar a sociedade.
Caso não concorde,
confronte!
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