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domingo, 26 de maio de 2013

O PODER DO CONFRONTO


       O materialismo dialético trata de um confronto entre tese e antítese, entre afirmação e negação, produzindo uma nova realidade. Contudo, na atualidade, o confronto é taxativamente definido como negativo, o embate de ideais é para muitos é unicamente uma manifestação de racismo, de preconceitos, de imposição ideológica.

         Claro que durante o embate ideológico alguns posicionamentos são realmente racistas, preconceituosos e antidemocráticos, porém, o confronto leva os diferentes polos envolvidos a procurarem meios de defender sua tese, o que permite a evolução, pois na ânsia de ver seu posicionamento evoluir, o defensor da ideia aprofunda-se, buscando novos argumentos, que leva o lado oposto a realizar o mesmo aprofundamento, procurando derrubar os novos argumentos. Dessa forma, o confronto é um legitimo produtor de evolução, desde que os direitos fundamentais do homem e a liberdade de expressão sejam respeitados.

         Infelizmente, há uma tendência moderna de hostilidade em relação àquele que se posiciona de maneira ideologicamente oposta. Sendo assim, perde-se a importância do conflito e instaura-se uma personificação da ideologia, na qual ver o outro humilhado garante a superioridade de um pensamento.

         Procura-se, portanto, a destruição da ideia oposta e do seu defensor. Todavia, a unanimidade não gera benefícios. É a pressão do confronto que leva tese e antítese evoluírem, possibilitando melhorias sociais e técnicas. Quando a tese perde a antítese, não há mais motivos pra evoluir, afinal não há nada que a questione, que coloque em xeque seus dogmas e leve o homem a repensar aquilo que acredita, e acima de tudo, que nega.

         Por fim, a manutenção do confronto garante a manutenção da evolução. O confronto movimenta a sociedade, por tirar o homem de sua zona de conforto. Pesquisas, experiências, aprofundamentos, tudo isso em busca da tentativa de defender seu argumento. Certamente, o confronto é a maneira mais legitima de se aprimorar a sociedade.  

Caso não concorde, confronte!

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