Friedrich Engels foi um notório filósofo do século XIX,
responsável por constituir o socialismo em uma ciência. Em sua obra ele faz uma
análise sociológica da Revolução Francesa e suas consequências, exalta os
socialistas utópicos como “homens especiais”, que são responsáveis por revelar
a verdade à sociedade e defende o pensamento dialético para compreender os fenômenos
sociais.
A partir da ascensão da burguesia ao
poder os antigos vícios da nobreza são substituídos pelos da burguesia, de modo
que a condição da classe dos trabalhadores deteriorou-se, os índices de corrupção,
violência e prostituição atingiram níveis altíssimos, trazendo grandes prejuízos
para as relações sociais.
Engels critica o método proposto por
Descartes (base do nosso atual método científico) de que para compreender algo é
necessário fragmentá-lo, olhar suas partes separadamente para depois juntar
tudo e entender como funciona. Ele argumenta que ao fragmentar algo a noção do
todo é perdida, e é essa parte que realmente importa. Defende também que o socialismo
seja visto como ciência, não de forma utópica.
Ele também critica a forma
idealizada de como Hegel analisava a história, método este que levaria a falsas
conexões, estabelecendo uma lógica irreal da realidade histórica. Para Engels,
a compreensão dos fatos históricos levaria a compreensão dos problemas
presentes de uma sociedade. Ele destaca a luta de classes como engrenagem para
a história, a partir do momento que surge a propriedade privada e o Estado, inicia-se
a luta de classes entre opressores e oprimidos. Logo, o socialismo seria o
percurso natural de qualquer sociedade, significando o fim da luta de classes.
Com fortes críticas sobre as formas
de exploração da burguesia sobre os trabalhadores, ele destaca a mais-valia
como sendo o principal método exploratório, que consiste na apropriação do
capital produzido por um trabalhador, sendo repassado a este um valor
infinitamente menor do que o seu trabalho realmente vale. Somado a isso, ele evidencia
um dos paradoxos do mundo industrial: as máquinas possibilitariam menores jornadas
de trabalho para o homem, contudo, a exploração do proprietário no trabalhador é
tão grande que, ao contrário, o operário trabalha muito mais do que quando
produzia artesanalmente.
Por fim, Engels propõe que a produção
que surge a partir da Revolução Industrial seja utilizada em prol da sociedade
toda, não apenas de uma elite opressora. Para que isso ocorra seria necessário a
compreensão da própria realidade pelo proletariado, juntamente com atitudes
reais destes em relação à burguesia. Uma vez que isso ocorresse, o Estado
estaria em prol de todos, algo que não faz parte da definição de Estado, logo,
ele seria desnecessário.
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