Henri de Saint-Simon, Charles Fourier e Robert
Owen foram pensadores de um Socialismo considerado por Marx como utópico por
acreditarem que a solução para a luta entre as classes surgidas da Revolução
Industrial se daria a partir dos próprios combatentes na medida em que o
espírito de solidariedade e fraternidade entre os homens aflorariam de
determinadas situações econômicas ou de experiências coletivas.
Na tentativa de fuga de tal ingenuidade, Marx
e Engels procuraram agregar cientificidade e objetividade ao Socialismo através
de um estudo da sociedade, da política e da história das relações de trabalho ocorridas
ao longo do desenvolver da humanidade. O objetivo então era situar o Socialismo
à realidade vivida, e, nesse aspecto, é possível notar a crítica feita à dialética
hegeliana segundo a qual a explicação para os fenômenos estaria situada na razão
ou nos processos de desenvolvimento impulsionados pelo passado, não nos fatos
históricos. Nesse sentido observa-se que o materialismo histórico, como ficou
conhecido o método de estudo proposto por Marx e Engels, buscava a causa, ou
seja, a experiência histórica dos fenômenos sociais.
O materialismo histórico adotado como método científico é pautado na dialética, ou seja, em um movimento de conflito de contrários dos qual surgiria um elemento novo, fresco, e dessa maneira se dá a construção da história natural, numa transformação constante e permanente. Numa analogia com as teorias expostas por Zygmunt Bauman, é possível citar uma fluidez nos laços dos fenômenos sociais uma vez que são frutos de uma mesma dialética. Marx buscou compreender essa sociedade capitalista que estaria sempre sujeita a mudanças, supondo uma superação do Capitalismo pelo Socialismo. Porém o próprio Socialismo, por sua vez, produziria conflitos, numa transformação sem fim, mostrando que nenhuma forma de produção é eterna ou imutável.
1o. ano Direito - Noturno
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