Em
seu texto “Do socialismo utópico ao socialismo científico”, Friedrich Engels
mostra a trajetória do socialismo – desde uma mera ideologia até a sua
consolidação como ciência, a qual teve seu ponto culminante com Hegel e a
recuperação da dialética como método.
Os
pensadores do socialismo eram, inicialmente, regidos pelo método dialético e
embora conseguissem, em um âmbito mais restrito, sucesso em experiências
práticas – como a fábrica “comunista” de Robert Owen – não conseguiam sucesso
em expandir suas ideias que em alguns casos, divergiam e muito com as ideias do
socialismo científico moderno de Engels e Marx (sendo o exemplo mais claro o de
Saint-Simon que alegava que “as experiências da época do terror, haviam
demonstrado, por sua vez, que os descamisados não possuíam tampouco essa
capacidade”).
Tal incapacidade devia-se principalmente pela visão
ideológica da sociedade e dos próprios homens, pois, a burguesia – antes
submissa à nobreza – via pela primeira vez a chance de exercer a sua hegemonia
com a Revolução Industrial, sendo extremamente irreal a agregação das ideologias
propostas. Até mesmo porque os próprios pensadores, apesar de partes
integrantes do capitalismo, não o compreendiam em sua totalidade, não
conseguindo, pois, minar seus princípios.
E foi justamente essa deficiência que os socialistas
modernos alemães – Engels e Marx – buscaram eliminar, tornando-se também “teóricos
do capital”. Com esses pensadores, o socialismo passou de mera ideologia para
constituir-se como uma ciência propriamente dita, baseada principalmente na
análise histórica e cujo principal – e segundo eles, inevitável – fim seria a
revolução proletária e a libertação efetiva do homem como “donos de sua própria
existência social”.
Suzana Satomi Shimada - 1º ano diurno
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