O movimento dialético tem sido usado ao longo dos séculos. Nasce,
segundo filósofos gregos, com Zenão de Eleia. Sua posição finalística é
contrapor ideias, cujo sentido é direcionado pela tese, em oposição à antítese
formulando, portanto, a síntese, cuja finalidade é possibilitar o engendramento
de uma ideia mais complexa e ideal, em seu conjunto onde abarca ambas as ideias
anteriores, produzindo o ponto ‘máximo’.
Durante o prosseguir da História, o movimento dialético tem
servido para produção de pensamentos, em sua maior parte, para o
desenvolvimento da sociedade e de suas consciências. Contudo, tem-se ocupado,
majoritariamente, com os fatores que diversas vezes tem tornado utópico sua utilização
e que, em certo ponto, tornou-a símbolo de um método anacrônico. Saint-Simon,
Tomas Morus e outros pensadores partiram de u um ideal que, embora não colocaram
como sendo dialético, propuseram sociedade em grande parte opostas àquelas em que viviam, logo, não
contradizendo o aspecto contra pontual. Assim, começa-se a cunhar o utópico e não obstante, surge o que se
denomina o socialismo utópico. Claro que não exima-se o que representou o
anarquismo de Bakhtin, mas foi então Hegel que, utilizando de sua dialética
ideal, trouxe-nos ideias sociais. A critica então recai sob tal ponto. Embora Karl
Marx e Friedrich Engels tenham proposto o materialismo dialético, cumpre-se aí a
oposição entre ambas as visões. De certa forma, o idealismo de Hegel transcende
o que poderíamos conceber na realidade, pois grande parte de seu pressuposto parte
do mundo das ideias para posteriormente concretizar-se no mundo concreto, o que
causa certo desencontro, já que nem tudo que pensamos pode ser aplicado
definitivamente em nossa realidade, a qual é movimentada por ações e vontades que não são unicamente
nossas. Mas também o materialismo de Marx e Engels, embora deveras concreto
para os fatos, não deixa de apresentar suas falhas. Construindo-se em um
conceito histórico, o qual se embase nas sínteses de nossas contraposições e
assim traça-se uma continuação para a concretização das ações humanas, uni-o ao
poder do trabalho e do capital; acolhe-os e miscigena-os constatando sua síntese
na relação entre o trabalho e o capital, e nota-se, logo, o caráter dos meios
de produção para o que é a realidade sócio-econômica-ideológica. Todavia, não lhe
é eminente que embora não tão contrastantes os fatos inferiores sejam ao que concerne
o poder econômico e, como esse movimenta a sociedade, já que, de certa maneira,
é ele o responsável pelas teses e antíteses visitantes na história humana,
acaba por restringir o corpo analítico do processo dialético que, entrementes, não
se resume a isso mas, como o coloca dotado de tanta primazia, termina por
fechar as ‘portas’ para cosmovisões problemáticas de sua realidade social.
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