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domingo, 10 de março de 2013

A racionalidade e o muro


   O muro de Berlim, construído em 1961, foi erguido com o objetivo de separar fisicamente os dois lados da Alemanha que se dividia entre o capitalismo e o socialismo. Anos mais tarde, com o fim da Guerra Fria, o muro foi quase que totalmente destruído, sendo conservados apenas alguns trechos com uma finalidade simbólica, a fim de que servisse como memória viva da história de que fez parte. Nos últimos dias, no entanto, os trechos do muro de Berlim que ainda encontram-se de pé tem sido ameaçados pela construção de uma zona habitacional de luxo na capital da Alemanha. A construtora responsável pelo projeto já iniciou a derrubada do muro, por considerá-lo um empecilho que poderá prejudicar o que realmente importa à construtora, isto é, o seu próprio empreendimento.
   Assim como ocorreu com o significado do muro de Berlim, ocorre com a teoria da racionalidade. René Descartes em seu livro “O Discurso do Método” defende a ideia de que a racionalidade, embora seja defendida e declarada por muitas ciências, é na verdade um conceito que pode ser variável. Assim como o muro de Berlim passou pelos estágios de significância como marco da divisão entre dois mundos, registro histórico e por fim apenas um obstáculo material, a racionalidade também pode variar conforme o contexto histórico e social em que esteja inserida. Por esta aparente inconstância, Descartes ainda que defenda a racionalidade, utiliza-se de uma “moral provisória” para buscar o conhecimento mais efetivo, a fim de que a cautela e o comedimento sejam instrumentos de proteção contra a volubilidade das ciências e dos homens. Desta maneira, é possível evitar uma ruptura radical com os valores já conhecidos e adotados, e consequentemente impedir um grande desvio de conduta e pensamentos na busca pela verdade.


Dianety Silva - 1º ano Direito diurno

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