("Fantasia de Artista", de André Dahmer, da série "Quadrinhos dos anos 10") |
Com o fim do
pretenso obscurantismo medieval, pensadores, agora, buscam pautar seus
trabalhos na racionalidade e na ciência propriamente ditas, a fim de romper-se
elo intenso entre humanidade e metafísico banal; comportamento esse que
resumira a sociedade a poucos grupos dominantes e grandes massas alienadas.
Século XVII. Em tal contexto, o filósofo
René Descartes publica a introdução e profissão de fé racionalista: “Discurso
sobre o Método”. “Magia”, “Alquimia”, “Astrologia” e “Religião”, a partir de
então, deveriam ser substituídas por uma epistemologia cientificista, a qual
daria verdadeira liberdade ao homem. As amarras seriam rompidas; as
individualidades, reforçadas.
Século XXI. O Homem contemporâneo domina a
ciência. Atingimos o ápice do pensamento Cartesiano. Seguimo-lo
milimetricamente, matematicamente, metodologicamente. Religião e Ciência, em
senso comum, opõem-se de tal forma que orgulharia o velho francês. Porém, na
era das especificidades e do “ser-técnico”, será que, realmente, obtivemos a
emancipação intelectual, verdadeiro dogma da corrente setecentista?
Quatrocentos anos tratando assunto deveras
subjetivo e individual como matéria exata somente tirou de foco a anterior
opressão moral, religiosa, costumeira, e nos submeteu ao novo braço forte da
tecnologia, da informação, do individualismo. Estaria a humanidade fadada à
dominação?
Eduardo
Matheus Ferreira Lopes, Direito diurno
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