É em sua obra ''Discurso do Método'', que Renée
Descartes, demonstra sua
insatisfação com o método de ensino que era utilizado nas escolas em sua época,
considerado por ele estagnado em volta dos pensamentos dos antigos filósofos,
diante disso, relata os caminhos que percorreu para solucionar seus
questionamentos, utilizando principalmente a técnica que ficou conhecida como
''método cartesiano'', segundo a qual, só será considerado verdadeiro o que for
evidente, ou seja, o que for induzível com clareza e precisão, através do
preceito da análise (dividir cada uma das dificuldades que se apresentem em
tantas parcelas quantas sejam necessárias para serem resolvidas), e o da
síntese (conduzir com ordem os pensamentos, começando com as ideias mais simples
e fáceis de serem organizadas, até alcançar as que considerarem mais
complexas). Dessa forma, fica patente a prevenção e a desconfiança em relação a
tudo o que nos foi ensinado e que aprendemos de forma considerada incorreta,
antes de dispor do uso propriamente dito da razão.
E
é justamente por procurar sempre se sustentar sobre a verdade exata, que apesar
da distância cronológica que separa que a época em que foi especificamente formulado
a obra, seu conteúdo engloba questões presentes durantes diversas gerações,
sendo seu método racionalista um dos mais utilizados por toda a humanidade, nas
mais diversas áreas das ciências. Entre elas, as questões religiosas, pautando
a existência de Deus (citado por ele como ‘’Ser perfeito’’) como algo provido
de razão, mesmo sendo tal questão sustentada pela simples crença na realidade
do que sonhamos, mas que da mesma forma deve ser encoberto de razão,
aproximando de certa forma as ciências humanas com as ciências exatas, como
fica explicito no trecho: ‘’E deve-se observar que eu digo de nossa razão, de
maneira alguma de nossa imaginação ou de nossos sentidos’’.
Contudo,
as dificuldades que estão sendo enfrentadas atualmente pelo catolicismo, como a
renuncia do Papa ou a redução do numero de católicos, provocadas principalmente
pela discordância entre o avanço das ciências e o conservadorismo religioso,
nos remetem a crer que as certezas levantadas por Descartes ainda devem ser
reforçadas, como forma de esclarecer questões que vem provocando enormes
transtornos. Para que com isso, a eficiência do método de Descartes continue validada.
Felipe A. Rotolo 1º ano Direito
Nenhum comentário:
Postar um comentário