Século XXI, êxtase das descobertas da ciência com a colaboração da tecnologia. Século XXI, século onde milhares de perguntas ainda procuram resposta. Século XXI, nele ainda se encaixa, e por que não perfeitamente, uma obra do século XVII, o Discurso do Método, do filósofo francês René Descartes.
Descartes inicia sua obra tratando da insatisfação com a filosofia clássica e esperando romper com os conceitos alquimistas, astrólogos e magos. A contemplação, na visão cartesiana, é inútil, é preciso interagir e transformar. Descartes destaca ainda a dúvida como melhor fonte de inspiração para a busca das verdades, e o que é hoje o Século XXI, se não um século repleto delas?
O rompimento que Descartes propõe, porém, foi símbolo de mudança entre essa linha cronológica aqui criada, o "método", de Descartes em diante passou a ser a principal arma na busca das verdades. A "razão" proposta por ele, passa a ser incorporada por todos, e passa a sobrepor o que vinha antes dela. Talvez, por se tratar a "razão" como uma teoria sempre mutável, ela tenha atravessado tão bem esse tempo, se adaptando as buscas de cada época.
Descartes, porém, não previa uma batalha tão árdua entre ciência e religião. As verdades por ele buscadas, nunca eram isentas da presença de um Ser maior, a quem ele definia como o Sábio, o Mestre, Aquele que possuía as verdades absolutas. Para ele, a ciência era um meio de se aproximar de Deus. Isso se perdeu ao longo do tempo, e hoje se vê uma Igreja em crise, grande parte por suas discordâncias com a ciência.
Fica portanto evidente, como a obra cartesiana atravessou séculos, sem perder a sua essência e seu sentido, e permanece ainda hoje como sábia linha de raciocínio e busca pelas verdades, e talvez, ele se mantenha por mais séculos assim, e se prove, com o seu Discurso do Método, como um "verdadeiro absoluto".
Marcelo Ferreira Rosa Filho - 1º Ano Direito - Noturno
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