A obra Discurso
do Método de René Descartes soergue-se como um dos pilares básicos da certeza racionalista,
em detrimento do amplo obscurantismo difundido pela Santa Inquisição, no qual
dizimou e intimidou inúmeros visionários durante o período medieval. A partir
de Descartes, o conhecimento supera sua fase contemplativa do mundo, não se
limitando mais a ser infrutífero, mas detêm a razão como seu princípio
norteador para a verdade. Apesar das premissas cartesianas advirem de 1637,
suas inquietações ainda são pertinentes em pleno século XXI, expondo uma
explícita ânsia da humanidade para superar suas limitações e não se estagnar
frente ao seu progresso.
O método
cartesiano proporcionou um grande avanço às diversas áreas do ensino, tanto que
foi incorporado pela ciência moderna, que seria a produção de conhecimentos que
não se restringissem mais a um poder sobrenatural ou a superstições, mas
direcionados pela razão e experiência. Consiste em quatro etapas: nunca aceitar
algo como verdadeiro se não aparentar claro e distinto; dividir a problemática
ou dúvida o máximo possível; haver uma gradativa análise, iniciando por
preceitos mais básicos até atingir os mais complexos; e por último, a certeza
de não omissão de nenhum aspecto do que está sendo duvidado. Descartes enfatiza
em sucessivas partes de sua obra que a razão implica em vencer as convicções pessoais,
logo conhecimentos adquiridos pelo habito deveriam ser desprezados,
alcançando-se verdades científicas.
A síntese da
obra pode ser resumida na famosa e amplamente conhecida frase: ”Penso, logo
existo”. Descartes ao duvidar sobre a veracidade de todo conhecimento que havia
adquirido ao logo de sua existência, concluiu que somente poderia ter certeza
que duvidava, sob tal premissa desencadeou um raciocínio lógico: se duvidava, então
também pensava, e se pensava, intrinsecamente existia. As contribuições
cartesianas no âmbito científico foram e continuam sendo imprescindíveis para
os diversos avanços do ser humano, pois a partir desse espírito investigativo
do autor, a dúvida instaurou-se na humanidade como uma luz que derrota
quaisquer trevas que surjam no seu percurso.
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