Nos períodos anteriores
ao Renascimento, a Filosofia baseava-se na interpretação dos fatos por meio da
relação entre os sentidos e a natureza, como por exemplo, explicar os fenômenos
naturais como sendo advindos de entidades superiores (deuses). Descartes vem
junto ao período renascentista questionar essa forma de pensamento e buscar uma
melhor maneira para compreender o mundo.
Primeiramente ele estabelece o princípio da dúvida, ou
seja, questionar tudo até que se chegue ao verdadeiro significado daquilo que
se está pondo em questão. Deveríamos duvidar até mesmo de nossos sentidos, uma
vez que estes podem nos enganar e fazer com que interpretemos de forma
equivocada o fenômeno estudado. Para Descartes, em virtude de sermos capazes de
duvidar de tudo, a única certeza certamente incontestável é a nossa capacidade
de duvidar. Essa capacidade é fruto da razão;
portanto, a única certeza que temos, e que nos define enquanto indivíduos é
nossa capacidade de pensar. O pensamento existe, e como não pode ser separado
do indivíduo, o indivíduo também existe. Ele vai mais fundo ainda, afirmando
que da mesma maneira que o homem pode conceber a si mesmo, ele também pode
conceber deus, e esta seria uma prova de sua existência: se concebemos um ser
perfeito, ele necessariamente existe, uma vez que não existir seria uma imperfeição.
Descartes também desenvolve o “método racional” que
consiste na decomposição dos problemas maiores em menores e na resolução de
cada uma das partes por vez, retomando a tradição do racionalismo, cujas origens remontam a Platão e que se funda na
ideia de o saber se originar na razão, que antecede e explica todo o real.
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