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domingo, 18 de março de 2012

Descartes e o Racionalismo


            Nos períodos anteriores ao Renascimento, a Filosofia baseava-se na interpretação dos fatos por meio da relação entre os sentidos e a natureza, como por exemplo, explicar os fenômenos naturais como sendo advindos de entidades superiores (deuses). Descartes vem junto ao período renascentista questionar essa forma de pensamento e buscar uma melhor maneira para compreender o mundo.

            Primeiramente ele estabelece o princípio da dúvida, ou seja, questionar tudo até que se chegue ao verdadeiro significado daquilo que se está pondo em questão. Deveríamos duvidar até mesmo de nossos sentidos, uma vez que estes podem nos enganar e fazer com que interpretemos de forma equivocada o fenômeno estudado. Para Descartes, em virtude de sermos capazes de duvidar de tudo, a única certeza certamente incontestável é a nossa capacidade de duvidar. Essa capacidade é fruto da razão; portanto, a única certeza que temos, e que nos define enquanto indivíduos é nossa capacidade de pensar. O pensamento existe, e como não pode ser separado do indivíduo, o indivíduo também existe. Ele vai mais fundo ainda, afirmando que da mesma maneira que o homem pode conceber a si mesmo, ele também pode conceber deus, e esta seria uma prova de sua existência: se concebemos um ser perfeito, ele necessariamente existe, uma vez que não existir seria uma imperfeição.

            Descartes também desenvolve o “método racional” que consiste na decomposição dos problemas maiores em menores e na resolução de cada uma das partes por vez, retomando a tradição do racionalismo, cujas origens remontam a Platão e que se funda na ideia de o saber se originar na razão, que antecede e explica todo o real.

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