René Descartes, em seu
livro “O Discurso do Método”, elabora uma maneira de se chegar ao conhecimento através
da razão. Segundo ele devemos ser mais desconfiados para alcançarmos a verdade,
já que os sentidos nos enganam; proposição extremamente atual, presente tanto
em pequenas ações do cotidiano, como o lembrete da sua mãe de “não falar com
estranhos”, quanto nas grandes descobertas técnico-científicas, das quais
percebemos que através da dúvida o homem evoluiu, e se não fosse pela
desconfiança, talvez, até hoje, nós ainda acreditássemos que os fenômenos da
natureza são conseqüências do humor dos deuses.
Por causa desse avanço técnico-científico
o novo torna-se velho muito rápido, aumentando a cobiça e a competição entre as
pessoas. Mas Descartes já ressalta em seu livro que a única coisa completamente
nossa é o pensamento, para assim não desejar algo que não pudesse ter,
desligando-se assim das coisas materiais, as quais a sociedade atual se apóia através
do consumismo.
Duvidando de tudo Descartes
chega a conclusão de que pensa, e se pensa, existe; não sendo um ser perfeito,
acredita existir alguma natureza realmente perfeita acima de nós, justificando através
da razão a existência de Deus, associando ciência e religião, para a surpresa
de muitos. Porém, ainda hoje, ao mesmo tempo em que as pessoas estão cada vez
mais desconfiadas, a maioria delas recorre à Deus nos momentos difíceis,
imagine então a influência da religião no contexto histórico de Descartes. Isso
nos mostra que ele estava bem a frente dos homens da sua época, já que soube
justificar o que acreditava sem recorrer à tradição, e sim utilizando a razão.
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