No século XIV, a Idade Média começava a atestar sinais de decadência à medida que cresciam os ideais renascentistas. Dentre eles, destacaram-se a racionalidade, o antropocentrismo, e o empirismo, que vieram se contrapondo às características medievais, como o teocentrismo.
Dentro desse contexto, René Descartes escreveu uma de suas principais obras, o Discurso do Método, na qual o autor transmite vistosamente esse período de mudança de ideais. Tentando encontrar uma explicação racional para a existência de Deus como um ser superior e perfeito, Descartes mostra-se ainda dividido entre razão e religião, buscando conciliar os dois, característica retomada talvez de valores da escolástica, que regiam a filosofia na Idade Média e que contraria o então crescente antropocentrismo.
Outro aspecto marcante na obra de Descartes que retoma a definições renascentistas é o seu apego ao empirismo e às ciências exatas. Estas o atraíam por serem inteiramente racionais (o autor alegava que a razão era o único caminho válido para a verdade) diferente das ciências sociais ou humanas, como Filosofia e Letras, citadas no livro, as quais, para Descartes, eram especulações e com menos utilidade prática quando comparadas, por exemplo, com a Matemática.
Descartes, na apresentação de seu método, foi um inovador de sua época, introduzindo o racionalismo rígido como único modo de se construir a ciência, ao contrário do subjetivismo que dominavam as ciências medievais. Tal método, devido ao empirismo, é tão importante que até hoje rege as ciências exatas, desde o tão utilizado plano cartesiano até sua ideia matriz – a de que o racionalismo é o ponto mais fundamental da ciência.
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