A partir do século XV, começaram a surgir novas formas de expansão
do capitalismo, outrora local e limitado ao comercio interno de manufaturas, especiarias
e alimentos em geral. Foi graças a navegação e descobertas cientificas que as
perspectivas se multiplicaram e a visão de um mundo interligado transcendeu
pelos mares em busca de acumulo de capital e expansão da cultura ocidental católica
romana. Dessa forma, a o comercio de escravos em pouco tempo se tornou a
atividade mais lucrativa do mundo, assim, cada vez mais a liberdade do ser
humano se dissolvia e o seu tempo de vida se esgotava em prol do capital.
No entanto, segundo o filosofo Hegel a trajetória humana
segue uma crescente ampliação da liberdade e que, apesar de existirem falhas de
contradição que se opõem às precedentes, a razão por si só tende a remediá-las.
Prova disso foi a revolução francesa em 1789 que tratou de modificar
completamente o modo de vida da sociedade na época ampliando os direitos do ser
humano ao estabelecer os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade. Anos
depois esses princípios se espalharam pelo mundo servindo de inspiração para
revoluções que desencadearam a Independência das colônias europeias e o Direito
passou a mediar as relações sociais assegurando a liberdade e a propriedade do
ser humano.
Porém, paralelamente à essa evolução filosófica e social,
houve um retrocesso no modo como passou aase utilizar o trabalho e o tempo das pessoas. A
partir da Revolução Industrial surgiu uma nova forma de exploração do ser
humano graças ao sistema fabril e a ascensão burguesa que concretizou o seu domidom sobre as demais classes. Surgiram as jornadas de 16 horas de trabalho,
situações de ambiente insalubre, salários miseráveis e etc., assim os direitos
foram sendo suprimidos pelo capital e o lucro dos patrões burgueses passou a
ter mais valor do que o tempo e a qualidade de vida da classe operária.
Dessa forma, para Marx e Engels a contradição das relações
sociais se dá sob uma ótica econômica de exploração na qual o capital dialoga
com a todo momento com o Direito, o que pode ser chamada dialética materialista.
Nesse sentido, a propriedade privada acaba concretizando quase que diretamente
na desigualdade social já que a exploração do trabalho é vinculada ao lucro do patrão
e minimização do empregado.
Para tal, a revolução do proletariado seria a cura da dialética
materialista e da desigualdade trazida pelo capital. Não obstante, a
organização da sociedade na conjuntura atual em suas diferentes nuances e
perspectivas seria muito difícil, para não dizer impossível, eclodir a
revolução. Por isso, o papel do Direito se torna tão importante na aplicação da
igualdade e da equidade se transformando e adaptando às necessidades do corpo biológico,
como o surgimento do Direito do Trabalho e da CLT, as cotas nas Universidades e
o casamento entre pessoas LGBT. Sendo assim, não a cura, mas o remédio que traz
alivio e esperança no tratamento de um câncer, o capital.
Júlio César Monteiro, direito noturno
Júlio César Monteiro, direito noturno
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