Além
de ter como um de seus objetivos atingir a síntese – que surge a partir da
definição de um meio termo entre a tese e a antítese –, o materialismo
dialético proposto por Marx e Engels, tem como um dos seus principais pontos a contestação
da dialética de Hegel, que apesar de colocar a história dentro de uma concepção
dual, a observa de uma perspectiva idealista. Assim, dentro da dialética tida
por Marx e Engels, a proposta por Hegel, embora tenha seu valor histórico, é
falha em diversos aspectos. Como ao colocar como real tudo o que se pode
idealizar ou pensar, porém sem levar em conta seu processo de produção, conforme
é feito por Marx. Assim, Hegel é colocado como um pensamento a ser superado, a
fim de ter como objeto de estudo o material. Desse modo, pode-se colocar que o
materialismo dialético tem como fim a causa: a experiência histórica empírica, e
não uma “explicação racional”.
Já
no âmbito do Direito, a metodologia proposta por Marx e Engels coloca essa ciência
como um instrumento necessário para estabelecer novas culturas por meio das
leis e, além disso, para estabelecer penas aos sabotadores. Assim sendo, o
Direito é intensamente utilizado a fim de manter a hegemonia capitalista e fazer
a manutenção desse sistema. Como o próprio Marx define, o direito positivado é um
meio utilizado pela burguesia para se omitir a particularidade existente nas
ideias capitalistas, diluindo-a em uma universalidade deturpada. A exemplo desta
prática pode-se citar as leis no campo do Direito da propriedade no Brasil. A
partir das quais é permitido que, por meio de um pretexto de direito universal
à propriedade, as 130 mil maiores propriedades equivalham a praticamente 50% do
território nacional, enquanto os 3,75 milhões de minifúndios registrados no
país equivalem a apenas 10% deste território. Ou seja, embora esteja dentro da
jurisdição, a desigualdade se faz estampada e escancarada a partir desses
dados.
Por
fim, uma crítica pertinente aos dias atuais feita por Marx e Engels se dá na
análise de forma fragmentada da experiência, de modo que o quadro verdadeiramente
amplo está associado ao modo de produção. Assim, consequentemente, questões
atuais como o Machismo e a homofobia impressos em nossa sociedade, estariam ligados
ao modo de produção capitalista, que utiliza dessas desigualdades para se promover
e se reinventar, sem de fato fazer nada para solucionar essas questões densamente
inseridas nas sociedades ainda atualmente. Pode-se citar como exemplo a venda
de produtos “inclusivos” no mercado, como latas de cerveja de cores
correspondentes às etnias – como foi feito pela marca Skol – ou refrigerantes
com a imagem de uma ícone da música que representa a diversidade sexual – como
proposto pela Coca-Cola –, com o pretexto de redução do racismo e em defesa dos
LGBTQ, mas que só servem como pretexto para aumentar as vendas, e não
efetivamente como solução ou mesmo como meio de remediar as desigualdades étnicas ou à transfobia.
Caio Alves da Cruz Gomes, 1º ano, Direito Noturno.
Muito bom, Caio! Legal
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