Fonte: https://www.bol.uol.com.br/carnaval-2018/album |
“Meu Deus! Meu Deus!
Se eu chorar, não leve a mal
Pela luz do candeeiro
Liberte o cativeiro social...”
Pela luz do candeeiro
Liberte o cativeiro social...”
(Trecho do samba enredo da Paraíso
do Tuiuti, 2018)
As revoluções liberais dos séculos XVIII e XIX pregaram os
ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, os quais norteariam uma
sociedade mais justa e isonômica. Entretanto, o capitalismo financeiro vigente
no mundo contemporâneo evidencia a conservação das desigualdades entre os
indivíduos, os quais, de maneira velada, tornaram-se escravos de um novo
senhor: o capital.
O fluxo natural da história é pautado pelo materialismo
dialético, o qual submete à realidade ao conflito de forças antagônicas que se opõe
a fim de produzir uma síntese. Assim, o samba apresentado acima,
evidencia essa dialética desigual e opressiva, a qual beneficia os interesses
da classe dominante.
Imerso
pelo “cativeiro social”, criado pela burguesia, o proletariado deixa de habitar
as senzalas e instala-se nas favelas – marginalizados pelo sistema, são a
escória do capitalismo. Apesar disso, constituem a classe necessária para a
manutenção do lucro – são explorados
para a consumação da ceia burguesa.
Vale
ressaltar que toda realidade está inserida na lógica dialética. Assim, o
direito também é produto dessa dicotomia de interesses, tendo papel de mediador
nas relações sócias – em tese, seria a síntese final, a qual atenderia à
vontade geral e suprimira as desigualdades, a partir da positivação de leis e a
aplicação igualitária das normas. Contudo, o direito é lento e seletivo e, ao
contrário do aspecto ideal elaborado acima, tal instituição perpetua os
estigmas sociais e intensifica a segregação.
A
seletividade do direito pode ser comprovada a partir da análise do sistema carcerário
brasileiro, o qual está superlotado devido, dentre outros fatores, aos
julgamentos parciais decorrentes da Lei Nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, que
faz a distinção entre usuário e traficante de drogas a partir das condições
sociais e locais em que o indivíduo for encontrado, o que dá margem a decisões
arbitrárias.
Em
suma, quando analisado sob o prima dialético, o direito, apesar de produzir pequenas
mudanças para as classes dominadas e para a minoria, continua inserido no
sistema capitalista e burguês e, portando, desequilibra a balança de Têmis.
Todavia, há de chegar o dia em que os oprimidos irão rebelar-se contra seus
opressores, pois a burguesia, segundo Marx, criou as armas para a sua
destruição. Assim, o apocalipse burguês, sob essa ótica, libertaria o ser
humano de seus cativeiros e promoveria a criação de uma sociedade sem classes,
onde o capital e a desigualdade seriam lembrados como velhos agentes de um
sistema falido e fracassado.
Victor Vinícius de Moraes Rosa - 1º ano Direito Noturno
Victor Vinícius de Moraes Rosa - 1º ano Direito Noturno
Nenhum comentário:
Postar um comentário