A educação brasileira: semelhanças com a sociedade industrial inglesa
No capítulo XIII da obra “O Capital”, Marx escreve sobre a educação nos tempos da sociedade industrial do século XIX na Inglaterra. Os pais obrigavam as crianças a trabalhar, pois queriam aumentar a renda da família e, graças à invenção das máquinas o esforço muscular era poupado, isto possibilitava que as crianças pudessem exercer determinados ofícios. O Parlamento inglês tornou o ensino primário uma condição legal para uso de crianças com menos de 14 anos nas indústrias sujeitas às leis fabris. Marx diz: “o espírito da produção capitalista resplandeceu com brilho” na elaboração das cláusulas da citada legislação.
As escolas não estavam preparadas para educar as crianças. Primeiro, os professores não tinham formação adequada, muitos mal sabiam ler e escrever. Segundo, não era difícil encontrar as crianças de todas as idades amontoadas em pequenas salas de aula. Ainda, havia carência de livros e outros materiais didáticos. Muitas crianças ficavam na escola sem fazer nada, apenas entravam nas estatísticas da época como tendo sido educadas.
É nítido perceber na obra de Marx, que as escolas na Inglaterra eram apenas uma formalidade voltada para o mercado e não para o bem social do homem. Agora voltemos para o nosso país, não precisamos voltar no tempo, podemos encontrar uma situação muito semelhante àquela da civilização industrial nos dias de hoje. Temos vários exemplos de escolas com professores de baixíssimo nível intelectual, alunos sem material escolar, salas lotadas, condições precárias de instalação, alunos saindo do ensino fundamental sem saber ler e escrever uma simples frase.
O Brasil economicamente é um país rico, mas seu ensino escolar ainda é precário como de um país pobre. Se sonhamos em chegar ao patamar dos países desenvolvidos, é na educação que precisamos investir mais recursos.
Matheus da Silva Mayor
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