No
contexto da Revolução Industrial, o Homem passou a ser reificado, considerado
apenas mais uma engrenagem da grande máquina capitalista produtora de
mais-valia.
Assim,
a educação do proletário - na lógica burguesa – tornou-se desnecessária,
mormente após a adesão das máquinas na produção, quando não seria mais preciso
que o trabalhador refletisse durante a execução de suas tarefas. Apenas a
instrução dos possuidores dos meios de produção se fazia necessária, tornando
possível a esses a dominação do proletariado.
Da
mesma forma como o trabalhador ainda hoje é explorado, a conjuntura educacional
não se alterou, ainda que o acesso à educação a todos seja garantido pela Constituição
Federal. De fato, a universalização da
instrução ocorreu. Todavia, deve ser questionado se essa educação realmente
leva a uma libertação da consciência humana ou se é apenas mais uma forma de
garantir a alienação do proletário.
Exemplo
disso é que a criação da USP se deu concomitantemente à de ETECs e FATECs.
Assim, houve preocupação com a formação de “cabeças pensantes” e de “braços trabalhadores”,
respectivamente, uma vez que estatísticas nos mostram que a maioria dos alunos de
faculdades públicas é oriunda das classes A e B, que possuem condições de pagar
por uma educação básica de qualidade. Por outro lado, as ETECs e FATECs formam apenas
técnicos, o que nos remete à cena do filme “Tempos Modernos”, na qual Chaplin
cumpre seu papel mecanicamente, não refletindo sobre a realidade na qual se
insere.
A
educação, portanto, tornou-se, no modo de produção capitalista, apenas uma
mercadoria, não encontrando em seu valor de uso – a utilidade – sua maior
expressão, mas sim em seu valor-de-troca – o financeiro, na busca incessante do
lucro.
Dessa
forma, percebemos que a educação universalizada não passa de mais uma ilusão
imposta pelos óculos do capitalismo contemporâneo, servindo somente à pequena
parcela dos aristoi que forma a sociedade
brasileira, reafirmando a exploração burguesa. Pois, como já nos ensinava
Bacon, “saber é poder”.
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