Celebremos então a nossa modernidade! Todas suas facilidades,
todos os seus confortos, seus novos conceitos de relacionamento e seus novos tipos
de felicidade!
Fácil é celebrar o nosso novo tempo desde que não se olhe com
profundidade para o mesmo. Tempo este criado a partir da vontade de uma única
classe social e com a intenção de ascender tal classe ao topo do poder e nos
trazendo alguns dos questionamentos mais difíceis de serem respondidos: A
máquina tão reverenciada até hoje trouxe benefícios para todos? A modernidade é
para todos?
O sacrifício do Intelecto humano para a criação da máquina
gerou um trabalhador obsoleto perante a grande necessidade de produzir cada vez
mais, marginalizando essa enorme parcela em nome de um falso “Bem maior” e
tornando os tão celebrados avanços, restritos a uma pequena parcela da
sociedade. Se, como disse Francis Bacon, “Saber é poder”, terá o trabalhador
cedido não só seu saber a máquina? O que nos leva a pensar que muito maior que
a tecnologia atual, é o abismo entre as classes sociais e se o moderno não nos
trouxe também atrasos, por exemplo, na qualidade de vida das pessoas.
Apesar de tudo, devemos perceber que tudo que foi criado não
deve ser deixado de lado. A máquina não deve ser enxergada como um instrumento
de dominação e marginalização. Não devemos negar a modernidade, devemos enxergar
além da indignação para com o sacrifício humano que a Revolução Industrial
trouxe e procurar caminhos para corrigir aquilo que foi feito de errado no
passado. Tornar a máquina para todos e levar a modernidade para aqueles que
ainda vivem e sofrem com os erros do passado.
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