A relação entre quem produz e o seu conhecimento sobre o produto em si era algo quase imensurável no período pré industrial. Juntavam-se diversos fatores: baixo número de profissionais e baixo número de professores, por exemplo, o que fazia do acúmulo de conhecimento algo que poderia levar anos, agregando valor à produção. Um ferreiro, por exemplo, deveria saber a forma certa de se aquecer o ferro, como moldá-lo, como esfriá-lo para que a liga fosse a mais forte possível.
No entanto, o ferreiro não seria capaz de produzir uma espada com as mãos nuas. Luvas, martelo, bigorna são apenas exemplos do grande inventário exigido para que a produção seja finalizada. Assim como do seu saber, o ferreiro também depende de suas ferramentas.
A industrialização e a linha de produção mudaram esses conceitos. O operário não precisa mais acumular a mesma quantidade de conhecimento ou ter todas as ferramentas para a produção, não é preciso saber do aquecimento ou do esfriamento do metal. O impacto negativo sobre o valor do trabalho é catastrófico e não somente sobre valor financeiro mas sobre o prestígio também, pois não mais possui o conhecimento advindo da experiência da profissão.
Em nome da eficiência e da custo benefício, o trabalhador passou a integrar a fábrica se tornando parte dela. Dessa forma, e sem o saber na equação, não se pode mais enxergar o indivíduo como profissional, mas como ferramenta da própria fábrica. Isso fica evidente já nas denominações: o empregado de uma metalúrgica não é um ferreiro, mas apenas operário.
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