Ao
analisar a sociedade capitalista, Karl Marx discorre sobre o advento na
máquina, e aponta as vertentes geradas a partir do mesmo. Enquanto reconhece o
progresso e modernização trazida pelo maquinário, faz crítica à forma como foi utilizado.
O homem, devido ao poder e novas possibilidades que a nova tecnologia
proporcionou, passou a mais do que nunca intensificar a produção, acumulando materiais
para venda e explorando a força de trabalho sem utilizar de critérios. Marx nos
chama a atenção para o processo de depreciação
do trabalho, suas causas e reflexo social.
O que antes se refletia em exploração do
trabalho infantil, jornadas de trabalho desumanas, e o baixíssimo salário, hoje
se mostra de formas mais sutis. Claro que infelizmente, ocasionado pelos mesmos
fatores, ainda se observam esses problemas em algumas partes do mundo, mas os Direitos
Humanos e movimentos trabalhistas ganharam forças ao passar dos anos e
erradicaram muitos dos casos. Atualmente, é possível perceber várias estratificações
sociais advindas do surgimento da máquina e predomínio da sociedade capitalista.
A cultura capitalista induz a incorporação do homem à forma de produção, consequentemente
não estimulando seu desenvolvimento pessoal e mental.
A educação então se vê prejudicada. O mercado
exige trabalhadores que proporcionem lucro e que não questionem ou tragam
indagações “desnecessárias”, ele não é aberto a sugestões e é pouco inclinado a
mudanças. Se idealmente é esse o perfil tido como satisfatório, a educação não
tem como propósito a emancipação do indivíduo. Atualmente isso se observa desde
o lar, até as escolas e na forma de governo. A qualidade do ensino é pouco observada,
há pouca ou nenhuma valorização do trabalho do professor, pais desestimulam
filhos com ideias que diferem do socialmente predominante por considerarem
perda de tempo ou mesmo ‘idiotice’. Não é preciso ir longe para se encontrar
outras causas para esse fenômeno. É mais proveitoso para o processo de produção
e para o mundo capitalista pessoas desprovidas de ideias próprias, estas se preocupam apenas com a tarefa a que foram designadas. Um trabalhador
que não questiona sua condição, não reflete a realidade que vive, ou alguém desprovido de ética traz menos
problemas e mais benefícios. Ou seja, pessoas desprovidas de instrução são manipuladas mais facilmente.
Dentro deste quadro, é inegável a necessidade da revolução da forma de ensino, de forma a gerar mais pensadores. Para assim talvez progredirmos.
Nicole Gouveia Martins
Rodrigues
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