Modificações no âmbito familiar em virtude da máquina
Na indústria manufatureira, era necessária uma quantidade muito alta de trabalhadores e de tempo para se produzir determinado produto. Com a chegada da máquina, isso mudou completamente, não só no âmbito profissional, como no familiar.
Ora, basta apenas analisarmos: se a máquina substitui o trabalho de vários homens por apenas o de um - seu controlador - logicamente o salário do mesmo será diminuído. Com uma renda menor, apenas o pai de família trabalhando não é suficiente arcar com as despesas domiciliares, necessitando assim do trabalho da família inteira. Tal fato é vantagem para o proprietário de indústria, uma vez que os gastos com salários pagos a mulheres e crianças seria muito menor que o próprio operário em si. A família deixa então de ser uma instituição caseira para se tornar trabalhista, em que todos seus membros convivem no mesmo local de trabalho a fim de manter uma verdadeira forma de "subsistência" em relação às condições de trabalho.
No panorama atual não é muito diferente. Apesar de estarmos em outro século e a igualdade entre os sexos estar em pauta, a instituição familiar não consegue ser capaz de se sustentar apenas em um membro na maioria das vezes. Exemplos de famílias em que pai e mãe trabalham para conseguirem manter a renda da família não faltam. O trabalho infantil pode até ser ilegal, entretanto o fato de se manter a criança ocupada a fim de impedir que esta atrapalhe em relação ao trabalho persiste. O que antes era feito por meio da utilização de entorpecentes, hoje se dá através de aparelhos eletrônicos. Tudo evidencia que a família moderna tende a seguir o modelo marxista mais por necessidade do que por vontade própria.
Não devemos, entretanto, julgar a transformação ocorrida durante o período de substituição do trabalho manual pelo automático, apenas saber de que forma tais transformações ocorreram e sua relevância para com o contexto social que se quer estudar.
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