O positivismo foi uma corrente sociológica do século XIX, influenciada pelo iluminismo, onde Auguste Comte apostava no progresso moral da sociedade por meio do desenvolvimento das ciências e da ordem social. No Brasil, o positivismo influenciou fortemente a política na república da espada, onde Marechal Deodoro da Fonseca implantou uma política baseada no positivismo, visando a ordem social para se chegar ao progresso. Atualmente, o positivismo é utilizado como organizador da vida social contemporânea, que em seus preceitos, formam sociedades conservadoras, que mantêm a ordem e o progresso em uma visão arcaica e religiosa.
O racismo estrutural presente no Brasil vem de um processo histórico, associado ao colonialismo e à exploração dos nativos e africanos. Entretanto, não se conserva apenas a esse momento, visto que com a abolição da escravatura, por meio da Lei Áurea em 1888, os negros e indígenas, antes escravizados, não tiveram direito a políticas públicas para a inserção social dessa comunidade, sem acesso à terra, a trabalho remunerado e geralmente analfabetos, essa população ficou sujeita a qualquer tipo de preconceito.
Desse modo, na contemporaneidade do tecido social brasileiro, o positivismo ainda influencia diretamente no modo de agir da população, associado ao pensamento de quem pode utilizar de cada lugar social e da hierarquização da fala, que se reflete nos questionamentos da escritora Grada Kilomba, que diz: “O sujeito branco é assegurado de seu lugar de poder e autoridade sobre um grupo que ele está classificando como ‘menos inteligente’ “ [Kilomba, p. 55], sua fala demonstra que, mesmo na sociedade atual, “inconscientemente”, o indivíduo branco é tratado com privilégios. Nesse sentido, o pensamento positivista aplicado politicamente na sociedade brasileira não passa de uma falácia, visto que é apenas aplicado a aqueles que atendem a demanda de ser branco, religioso e conservador, excluindo as demais minorias e alavancando cada dia mais o racismo estrutural na sociedade brasileira.
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