Ao analisar a visão
apresentada no texto “Quarta Parte”, do filósofo René Descarte, relacionada há
ideias de percepção, conhecimento, dúvida, reflexões e outras coisas, é nítido como
atualmente com os excessivos números de informações desse mundo globalizado nos
faz em muitos momentos ficarmos confusos e partirmos para os questionamentos, tentando
através disso conseguir uma reflexão dessas ideias e ter ou não suas
confirmações. Levando em consideração essa visão, tenho em mente que é de suma
importância duvidar de determinadas questões e descobrir se elas estão
enquadradas como verdadeiras em nossa perspectiva e na do mundo cientifico,
porém que também é preciso antes de sair com um pensamento fechado apenas de
dúvidas, tentar conhecer aquilo verdadeiramente e depois tirar conclusões,
seguindo a ideia de Descarte, na qual diz que “o conhecer é perfeição maior que
o duvidar”.
Após essa reflexão, pode-se
observar a estrutura da sociedade e sua composição repleta de inovações,
conceitos, culturas e outros elementos e como muitos indivíduos em algum
momento da sua vida questionarão esses aspectos, pois são humanos e junto a
necessidade de ter uma opinião sobre aquilo vem o instinto de duvidar. Partindo
desse raciocínio, algo que fica perceptível ao se tratar do mundo
contemporâneo, é a desigualdade e os preconceitos existentes, que em muitos
momentos surgem desse exercício de duvidar sem o esforço de conhecer, em específico
de coisas que fogem do padrão determinado pelos preceitos que aquele individuo
está seguindo. Onde uma sociedade que se defende evoluída e igualitária,
pratica atos como o racismo, que está estruturado nos meios sociais, acadêmicos
e muitos outros, como cita a escritora e psicóloga Grada Kilomba, em seu texto
chamado “Quem pode falar?”.
Considerando essa linha
de pensamento que está relatando uma
realidade vivida por muitas pessoas, nota-se que esse racismo se manifesta de
forma sistemática e enraizada na sociedade, podendo ser exemplificado no fato
de mulheres pretas serem a grande maioria nos trabalhos inferiorizados e mal
remunerados, juntando com a falta de representatividade desses indivíduos em
cargos públicos e acadêmicos, além das porcentagens mostrando que o número de pessoas
pretas mortas nas comunidades carentes serem sempre a maior parte e até a forma
de tratamento opressora e preconceituosa que recebem por conta do seu tom de
pele, existem muitos outros exemplos que acontecem e ao saber dessas situações
ou até mesmo ao passar por elas, nos surge o sentimento de refletir e perguntar
se esses acontecimentos já não deveriam ter sidos extinguidos, levando-nos a pensar
que no meio dessas constantes repressões sempre haverá o surgimentos de formas
de resistências, pois essa marginalização não deve ser naturalizada e nem
aceitada, pensamento defendido também pela escritora Grada Kilomba.
Por fim, é possível
concluir que há realmente uma necessidade de certos momentos ter dúvidas do
mundo e dos conceitos para não sermos enganados e termos plena consciência das informações
e ideias em que estamos acreditando e defendendo, porém sempre ao realizar
esses questionamentos levar determinados aspectos em consideração, como emprenhar-se
a realmente entender aquilo, pois ao pensar na construção do nosso
conhecimento, temos que ter a consciência que experiências sociais que são
individuais ou não podem influenciar essa constituição do pensar, além de
moldar questionamentos e percepções que cada um tem da realidade, tornando-se
claro que esse assunto é complexo, visto que existe uma grande ligação entre a
elaboração do conhecimento e pensamentos com a identidade, posição social,
experiências e questionamentos de cada um.
Nenhum comentário:
Postar um comentário