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segunda-feira, 18 de março de 2024

Positivismo e vacinação, entre a ideologia e a crença popular

 É fato que o positivismo influencia a política brasileira de modo geral como visto sua adoção pela República brasileira em 1889 com a ascensão de Marechal Deodoro da Fonseca e os militares ao poder. Exemplificando-se, está a frase estampada na bandeira do Brasil: Ordem e progresso. Contudo, em meio às discussões em sala de aula, um tópico me gerou uma dúvida maior em relação a outros, porque os positivistas de extrema direita não são a favor da vacinação contra a Covid-19?

Em uma primeira análise, é meio contraditório pensar que, embora o positivismo pregue que a ciência e o desenvolvimento humano devam ser o foco da sociedade, os mesmos “positivistas” não defendam a vacinação. Vários fatores contribuem para essa contradição, como a falta de interesse no assunto e a valorização de “meias verdades”, mas um argumento se sobressai: o de que está escrito na bíblia em Apocalipse que o diabo, no final dos tempos, teria uma marca nas pessoas, essa marca seria a da vacina segundo os evangélicos pentecostais brasileiros e norte-americanos.

Ademais, governos de extrema direita usaram dessa crença para o fazer político, expressando-se contra vacinação em suas campanhas e colocando em risco a saúde da população para atrair votos do centrão político. Essa estratégia fica evidente nas campanhas de Donald Trump e Jair Bolsonaro, esse último por sua vez, alegou que não tomaria a vacina e argumentava contra ela.

Portanto, entende-se que o positivismo influenciou, de certa forma, o pensamento político contemporâneo. Contudo, nem todos os aspectos dessa ideologia foram adotados pela população, apenas as partes as quais concordavam com as suas crenças prévias. Dessa forma, conclui-se que o positivismo, assim como qualquer ciência social, sofre mutações ou mudanças no seu uso para corroborar com o pensamento da sociedade na qual se encontra.

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