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segunda-feira, 18 de março de 2024

A Parcialidade Acadêmica

 

O pensar científico, desenvolvido majoritariamente durante o movimento iluminista, propagava uma ideia de ciência imparcial, onde o objetivo sempre deveria ser a verdade, para isto desenvolveu-se o método científico, o qual sistematizou o conhecimento, através da dúvida e da observação, desse modo trazendo uma confiabilidade às informações trazidas.

Todavia, percebe-se que o método científico defendido por Bacon não provém completa imparcialidade, visto que um grupo seleto de pessoas definem quais são os saberes valorizados na sociedade. Dessa forma, enquadra-se as falas de Grada Kilomba, que se sentia um “corpo sujo” no ambiente acadêmico, a sensação de não pertencimento causada pelo julgamento da elite branca presente nas universidades, a qual acredita que corpos negros devem ser vitimas silenosas do racismo e colonialismo, sem articulação própria para sua defesa. Dessa forma as pesquisas de Grada não são vistas como fatos científicos e sim como opiniões, sendo consideradas parciais apesar de seguirem o mesmo método defendido por séculos, pelo fato de abordarem o tema do racismo e colonialismo, temas que foram negligenciados durante todos esses séculos.

Nesse contexto, nota-se o mito da objetividade, abordado por Grada, demonstra como os conhecimentos e interesses da academia refletem os interesses de uma sociedade branca, que não apenas deixou, porém colocou os corpos negros as margens desta sociedade. Assim, é necessário ouvir a voz nativa, em todos os meios, a fim que os conhecimentos tornem-se verdadeiramente imparciais e todos ouvidos, onde os ensinos da história da África serão tão valorizados quanto a história europeia .

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