O pensar científico, desenvolvido
majoritariamente durante o movimento iluminista, propagava uma ideia de ciência
imparcial, onde o objetivo sempre deveria ser a verdade, para isto
desenvolveu-se o método científico, o qual sistematizou o conhecimento, através
da dúvida e da observação, desse modo trazendo uma confiabilidade às
informações trazidas.
Todavia, percebe-se que o método
científico defendido por Bacon não provém completa imparcialidade, visto que um
grupo seleto de pessoas definem quais são os saberes valorizados na sociedade.
Dessa forma, enquadra-se as falas de Grada Kilomba, que se sentia um “corpo
sujo” no ambiente acadêmico, a sensação de não pertencimento causada pelo
julgamento da elite branca presente nas universidades, a qual acredita que
corpos negros devem ser vitimas silenosas do racismo e colonialismo, sem
articulação própria para sua defesa. Dessa forma as pesquisas de Grada não são
vistas como fatos científicos e sim como opiniões, sendo consideradas parciais
apesar de seguirem o mesmo método defendido por séculos, pelo fato de abordarem
o tema do racismo e colonialismo, temas que foram negligenciados durante todos
esses séculos.
Nesse contexto, nota-se o mito da
objetividade, abordado por Grada, demonstra como os conhecimentos e interesses
da academia refletem os interesses de uma sociedade branca, que não apenas
deixou, porém colocou os corpos negros as margens desta sociedade. Assim, é
necessário ouvir a voz nativa, em todos os meios, a fim que os conhecimentos
tornem-se verdadeiramente imparciais e todos ouvidos, onde os ensinos da
história da África serão tão valorizados quanto a história europeia .
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