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segunda-feira, 4 de abril de 2022

Como os ídolos de Bacon influenciam as políticas públicas

 

Com o iluminismo, movimento cultural burguês, diversos filósofos lançaram suas obras com teorias acerca da sociedade vigente. Dentre eles, pode-se citar Francis Bacon, importante formador do método científico atual, e responsável pelo uso da interpretação da natureza para a investigação e descoberta da verdade. Em seu livro “Novum Organum”, Bacon disserta sobre a existência de ídolos, os quais se apresentam como formas de bloqueios da mente humana. Tais ídolos, ainda estão presentes na atualidade, e impactam a sociedade, na medida que, influenciam nas políticas públicas. Como exemplo, tem-se o ídolo do teatro que, por crenças sem embasamento científico, bloqueiam a mente e influenciam de forma equivocada no impedimento da legalização do aborto.

Em primeiro lugar, tem-se que compreender no que consiste o ídolo do teatro. Para tanto, Bacon o define como “as diversas doutrinas filosóficas e também pelas regras viciosas da demonstração”, ou seja, pela crença em filosofias que não se embasam no método científico. O filósofo ainda, divide a fonte das falsas filosofias em três: a sofística, a empírica e a supersticiosa.

Em seguida, torna-se necessário entender como o ídolo do teatro influencia em políticas públicas. Para tanto, tem-se como exemplo o impedimento da legalização do aborto, e o principal argumento de pessoas que o apoiam, consideradas “Pró-Vida”, de que o objetivo, para além de motivos religiosos, é o de polpar o maior número de vidas. Porém, ao se observar dados, como o estudo da pesquisadora Gilda Sedgh, do Instituto Guttmacher, de Nova York, em nações onde a interrupção da gravidez é permitida e oferecida mediante pedido da gestante, o número de abortos se mostra menor do que os que vetam o aborto em qualquer circunstância ou que só o permitem em caso de risco de vida para a mãe. Ou seja, por conta do ídolo do teatro, com suas crenças que não se baseiam no método científico, políticas públicas são definidas de maneira equivocada.

Em síntese, os ídolos definidos por Francis Bacon que bloqueiam a mente para se chegar ao conhecimento da verdade ainda estão presentes na atualidade, e através de seus meios não baseados no método científico, podem influenciar em políticas públicas de forma equivocada. Como o ídolo do teatro, que através de motivos religiosos, ou supersticiosos, e da falsa crença dos considerados “Pró-Vida”, impede a legalização do aborto.

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