Com o iluminismo, movimento
cultural burguês, diversos filósofos lançaram suas obras com teorias acerca da
sociedade vigente. Dentre eles, pode-se citar Francis Bacon, importante
formador do método científico atual, e responsável pelo uso da interpretação da
natureza para a investigação e descoberta da verdade. Em seu livro “Novum
Organum”, Bacon disserta sobre a existência de ídolos, os quais se apresentam
como formas de bloqueios da mente humana. Tais ídolos, ainda estão presentes na
atualidade, e impactam a sociedade, na medida que, influenciam nas políticas
públicas. Como exemplo, tem-se o ídolo do teatro que, por crenças sem
embasamento científico, bloqueiam a mente e influenciam de forma equivocada no impedimento da legalização do aborto.
Em primeiro lugar, tem-se que
compreender no que consiste o ídolo do teatro. Para tanto, Bacon o define como “as
diversas doutrinas filosóficas e também pelas regras viciosas da demonstração”,
ou seja, pela crença em filosofias que não se embasam no método científico. O
filósofo ainda, divide a fonte das falsas filosofias em três: a sofística, a
empírica e a supersticiosa.
Em seguida, torna-se necessário
entender como o ídolo do teatro influencia em políticas públicas. Para tanto, tem-se
como exemplo o impedimento da legalização do aborto, e o principal argumento de
pessoas que o apoiam, consideradas “Pró-Vida”, de que o objetivo, para além de motivos
religiosos, é o de polpar o maior número de vidas. Porém, ao se observar dados,
como o estudo da pesquisadora Gilda Sedgh, do Instituto Guttmacher, de Nova
York, em nações onde a interrupção da gravidez é permitida e oferecida mediante
pedido da gestante, o número de abortos se mostra menor do que os que vetam o
aborto em qualquer circunstância ou que só o permitem em caso de risco de vida
para a mãe. Ou seja, por conta do ídolo do teatro, com suas crenças que não se
baseiam no método científico, políticas públicas são definidas de maneira
equivocada.
Em síntese, os ídolos definidos por Francis Bacon que bloqueiam a mente para se chegar ao conhecimento da verdade ainda estão presentes na atualidade, e através de seus meios não baseados no método científico, podem influenciar em políticas públicas de forma equivocada. Como o ídolo do teatro, que através de motivos religiosos, ou supersticiosos, e da falsa crença dos considerados “Pró-Vida”, impede a legalização do aborto.
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