É certo que existe uma supervalorização acerca de dados e tudo aquilo que é mais concreto e visual desde a época que filósofos como Descartes se propuseram a mudar os rumos da ciência daquele período, pois é a forma que temos mais facilidade de dimensionar o mundo. Descartes acreditava que dividir tudo em partes e setores era a forma mais certa de pensar a ciência e o mundo a nossa volta, ele valorizava o método acima de tudo, entretanto é importante pensar como Bacon em alguns momentos, pois apesar de nossas percepções, sentidos, sentimentos e noções nos traírem constantemente, são eles que nos tornam humanos e mais capazes de tomar decisões que vão além daquilo que apenas os números indicam.
De acordo com o filme “O ponto de mutação”, observa-se o exemplo da máquina biomédica e quando aplicado a ela o método cartesiano, é perceptível a falha dessa ordenação, porque limita a visão e não se percebe o todo, que quando falamos de humanidade, é um fator fundamental, valorizando as percepções e não apenas a visão de setores isolados como proposto por Francis Bacon.
Na sociedade atual, somos rodeados de rankings e tabelas que tentam mensurar qualquer área da vida. Durante importante momento da escolha de uma graduação,
jovens e adultos são bombardeados por dados sobre universidades que dizem que certo
espaço acadêmico pode ser muito superior a outro apenas por números publicados em
revistas e que falam de pontos que desconsideram qualquer agente humano que provavelmente
influenciaria em toda o curso do estudante, devido às suas experiências de vida
naquela época e contato com outras pessoas que poderiam melhorar sua vontade de
pesquisar e estudar. Um estudante não é formado apenas pela divisão de matérias
que ele tem, mas sim pelo conjunto de vivências somadas às oportunidades que
ele encontra nesse período e isso é um exemplo que infelizmente dados não podem
documentar.
Desse modo, vale ressaltar que Descartes não está errado em separar e dar foco
às partes, visto que dessa forma a ciência pode desenvolver diversas tecnologias,
todavia devemos saber usar nossas noções para discernir quando é importante ir além da metodologia, dados e números e que a ciência também é formada de humanidade.
Aluna: Larissa Cristina Ferreira Melo
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