O positivismo é uma corrente filosófica que surgiu na Europa do século XVIII, conduzida inicialmente por pensadores como Auguste Comte. Essencialmente, busca romper com a filosofia metafísica tradicional para estabelecer uma nova ciência, de acordo com princípios seculares e científicos.
Assim, somente seria verdadeiro (ou relevante) o que pudesse ser medido, observável cientificamente. Por isso os positivistas também propõem um governo metódico da sociedade, de modo a alcançar o que chamam de bem comum através da disposição racional, científica das coisas e das pessoas em seu interior (“ordem”).
O problema em fazer isso é justamente o rompimento com tudo o que foi feito e pensado anteriormente, na arrogância cientificista de querer refundar toda a sociedade sobre um planejamento arbitrário e artificial. É uma pretensão imensa pensar que o raciocínio de alguns iluminados é capaz de superar o que foi criado organicamente ao longo de milênios, em múltiplos continentes e pelas mentes mais brilhantes que o Ocidente já viu.
Essa tentativa patética e revolucionária, se bem que altamente bem sucedida, impactou significativamente a história humana, e especialmente o Brasil, onde achou solo tão propício para seu crescimento. Nosso Direito monumental, obsoleto, que busca reger aspectos tão minuciosos da vida dos cidadãos é um exemplo dos efeitos positivistas na organização e no controle social. Ninguém há de esquecer a importância da lei positiva no ordenamento brasileiro, nem a profunda crise jurídica que assola atualmente essa nação.
Enfim, não é de hoje que tiranos procuram crescer seu controle sobre a história de outras pessoas. As justificativas para tal já foram das mais variadas, por isso não custa colocar mais uma na conta da ciência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário