Mulheres, negros, pessoas LGBTQIA+, militantes políticos e moradores de rua possuem algo em comum. Eles não se encaixam no padrão do homem branco europeu burguês, e devido a isso, também não fazem parte da teoria do Positivismo, elaborada por Auguste Comte. Por isso, essa classe torna-se marginalizada, como é o caso do Hospital Colônia, em Barbacena, que ficou conhecido como o “ Holocausto Brasileiro”, título do livro de Daniela Arbex. Lá, mais de 60 mil pessoas perderam a vida, por meio das mais diversas formas de tortura e humilhação, em condições sem a mínima dignidade humana, tudo isso apenas porque não se encaixavam no padrão que até hoje é vigente.
Após o fechamento do
hospital no final dos anos 80, toda a situação degradante foi jogada para baixo
do tapete e ninguém foi responsabilizado. Ademais, a ideia inicial que fez o
hospital funcionar tanto na época converge com a teoria de “Ordem e Progresso”
de Comte, pois para ele, para que essa frase seja efetivada, é necessária uma
sociedade equilibrada, com “bons costumes”, organizada, com uma
família tradicional, tudo nos moldes de uma visão eurocêntrica e um tanto
antiquado, no mínimo. Então, essa teoria que foi adotada no início da República
Brasileira pelos militares não aceita de forma alguma a diversidade, que é o
cerne da sociedade moderna, e por isso, faz de tudo para que a considerada “falta
de moral e degeneração” seja minimizada e apagada do território brasileiro.
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