O Positivismo e a Trilha de Lágrimas
"O progresso não é mais que o desenvolvimento da ordem", declarou Auguste Comte sobre a filosofia positivista. Mas afinal, o que é "ordem e progresso"? Para alguns, é o avanço, a ciência, o "American Dream", já para outros, o progresso nada mais é que um sinônimo para a conformidade, a morte, e a pobreza.
O positivismo, em seu cerne, é uma coleira ao povo e aos pobres. "O trabalho dignifica o homem", disse Benjamin Franklin, numa posição privilegiada de pensador e cientista, enquanto muitos morriam de exaustão em posições análogas à escravidão. O trabalho, nessas condições, não liberta, mas apenas escraviza e força o proletariado numa posição alienante, sob o pretexto de "dignificação" e conformidade.
O progresso promovido pelo positivismo de Comte apenas beneficiou uma óbvia classe social, a elite branca e burguesa dos países colonizadores, que destruíram centenas de civilizações e culturas, com a proteção da desculpa de estarem levando "ordem e progresso" a esses povos. Para a grande maioria do mundo colonizado, "progresso" é chão de fábrica, condições miseráveis e exploração de mão de obra.
Em suma, o positivismo de Comte nada mais é que uma ideologia burguesa, alienante por sua própria natureza, impossibilitada por seu próprio discurso de atingir o verdadeiro conhecimento. Embora bela, a Dama Ordem escolheu apenas alguns sortudos homens para serem seus amantes, dando-lhes luxuosos presentes com uma de suas mãos, enquanto na outra, segura uma firme coleira de grilhões, que arrasta homens e mulheres necessários para a manutenção da sua vaidade. Da dor de muitos povos, a Dama Ordem construiu essa gigantesca e monstruosa Trilha de Lágrimas.
Matheus de Souza Lusko
Direito - Turma XXXVIII
Período Matutino
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