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domingo, 18 de julho de 2021



Uma das premissas do positivismo, ditas por Comte, seria essa ciência posta como o real frente ao quimérico, o útil frente ao inútil, o certo frente ao incerto. Isto é o pensamento positivista seria a visão sóbria e racional da sociedade, no qual, levaria os seres humanos a caminhar sob o progresso e o desenvolvimento. 

Para essa filosofia, a qual pretendia agir como as ciências naturais, estabelecendo leis sobre a sociedade, os homens deveriam entender-se como parte de um organismo, a fim de alcançarem o seu apogeu. Não obstante, nesse momento, os homens contemporâneos abastecidos pela história e uma nova ótica de mundo, podem-se questionar se há uma evolução real. Melhor, elencar o que é considerado evolução: as máquinas? a produção em larga escala? o elevado nível técnico-cientifico? isso pode-se ser considerado o progresso humano?

A principio, não poucos ratificariam isso como veemência, contudo, ao analisar a outra face do "progresso" consegue-se observar um sub-mundo, os dos não-pertencentes a essa evolução. Ainda conforme a filosofia positivista, há para Comte o conceito de solidariedade como fundamental, porque os homens estariam todos ligados, formando um só. Assim, o trabalho seria uma reverberação disso, afinal ele seria a expressão de solidariedade, posto que cada um deveria aceitar o seu lugar e seu papel social. 

Dessa maneira, depois de expostas essas perspectivas, pode-se analisá-las perante a óptica da pós-modernidade. Como por exemplo: das opções trazidas acima como progresso e desenvolvimento, a quem ela beneficiou e a que preço ela afirmou-se nas entranhas da sociedade? O trabalho, devem todos seres humanos, mesmos os subalternos, aceitarem suas condições desumanas, porque é "seu papel social"?

Não! Essa corrente filosófica ecoa num período da história da humanidade, em que havia um fervilhamento revolucionário (1820-48), de forma que buscava-se a todo custo uma forma de traduzir a sociedade por um método. Porém, ainda que hoje superados séculos,  pode-se observar pensamentos assim em certos setores sociais. Contrariando a tese de evolução e revelando um completo retrocesso, a elite brasileira, por exemplo, porta-se como emissora de falas positivistas, nas quais diante do seu local de privilégios, negam-se a aceitar mudanças sociais, enxergando nas classes sociais, uma espécie de estamento em cuja os pobres serão para sempre pobres e os ricos para sempre ricos.

Para certos nichos sociais, o progresso capitalista de avanço tecnológico e maior saturação das desigualdades sociais, hostilizando todas as consequências existentes e inevitáveis desse sistema, é o correto. Do mesmo modo, para muitos pertencentes a essa bolha, seria inaceitável assistir a um negro de periferia ser colega de classe com o seu filho, nas salas de aula das universidades públicas do país. Pois, seria descumprir com a ideia colonialista, de que a senzala não poderá nunca pisar na Casa Grande, ou seja, uma vez marginalizado, para sempre será. 

Contudo, não se pode deixar que esse pensamento crie mais raízes, a sociedade é outra. A sociedade vigente é a do não aceitar, ir à luta sempre, de retirar esse espectro colonial, positivista que insiste em abraçar o futuro. 


Isabella Uehara - 1a semestre

noturno - turma xxxviii

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