Em
tempos de pós-modernidade, o neoliberalismo tem exercido papel fundamental não
só na lógica econômica, mas também na sociedade como um todo, posto que suas características
de flexibilização, coisificação e instabilidade de relações têm exercido grande
influencia na vida dos cidadãos. Uma das consequências dessa dinâmica liberal está
no descaso do Estado para com a parcela da população que não consegue se
adaptar as mudanças na velocidade necessária e acaba sendo marginalizada.
Assim, embora haja uma gama de direitos previstos no ordenamento jurídico que
visam garantir a igualdade de todos os cidadãos em qualquer situação, ela
apenas se manifesta de forma eficaz em seu aspecto formal. Nesse sentido, Boaventura
de Sousa Santos, faz do título de seu artigo uma pergunta: poderá o direito
ser emancipatório?
O sentido de emancipatório citado acima relaciona-se diretamente
com o conceito de igualdade material descrito por Max Weber. Assim, como a intenção
de resposta do autor à essa pergunta não vem nem sob a forma afirmativa nem sob
a negativa, mas sim, dizendo que as lutas sociais é que são emancipatórias e se
utilizam do direito para embasa-las, é possível estabelecer um paralelo do
pensamento de Boaventura com o julgado do DEM x UnB, onde o Partido Democrata
luta conta o sistema de cotas da Universidade de Brasília. Enquanto os
primeiros defendem a inconstitucionalidade do sistema baseando-se no argumento
de que a discriminação é uma questão social e não racial, os argumentos favoráveis
se baseiam no fato que de que as cotas é um mecanismo pelo qual o Estado pode
amparar aqueles que pela lógica econômica do passado e até mesmo do presente
não exercem plenamente seu direito de igualdade posto que foram excluídos do
contrato social.
Além disso, há outro conceito muito importante para Santos que pode ser aplicado à esse caso prático, o de fascismo social. Este faz com que a classe dominante da sociedade seja detentora das fontes de poder e conhecimento e se utilizem disse para seu próprio benefício. Assim, como atualmente a classe média-alta e branca no Brasil é essa classe dominante, as cotas se inseriram como tentativa de quebrar essa lógica.
Por fim, analisando a decisão final do julgado que foi proferida em favor da permanência das cotas na UnB, pode-se afirmar que este é um exemplo de caso onde o direito é usado como instrumento emancipador. Entretanto, para que possamos atingir uma verdadeira mudança no atual contexto, é necessário que todos os grupos se unam em uma luta comum contra o sistema dominante e em favor do fomento a igualdade e do respeito as diferenças, concretizando o que Boaventura chama de cosmopolismo subalterno.
Além disso, há outro conceito muito importante para Santos que pode ser aplicado à esse caso prático, o de fascismo social. Este faz com que a classe dominante da sociedade seja detentora das fontes de poder e conhecimento e se utilizem disse para seu próprio benefício. Assim, como atualmente a classe média-alta e branca no Brasil é essa classe dominante, as cotas se inseriram como tentativa de quebrar essa lógica.
Por fim, analisando a decisão final do julgado que foi proferida em favor da permanência das cotas na UnB, pode-se afirmar que este é um exemplo de caso onde o direito é usado como instrumento emancipador. Entretanto, para que possamos atingir uma verdadeira mudança no atual contexto, é necessário que todos os grupos se unam em uma luta comum contra o sistema dominante e em favor do fomento a igualdade e do respeito as diferenças, concretizando o que Boaventura chama de cosmopolismo subalterno.
Juliana Previato- 1º ano direito noturno.
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