A demonstração do fascismo social
O sistema
de cotas é uma ação afirmativa, temporária como se deve ser, que visa reparar
os danos causados aos negros e seus descendentes desde a escravidão e posterior
a ela. Boaventura compactua que o sistema de cotas demonstra a emancipação
social que deve ser conquistada através da luta por direitos e da luta política,
na tentativa de garantir igualdade na “sociedade civil incivil”.
Porém como
apresentado por Boaventura o fascismo social está fortemente presente na nossa
sociedade. Esse termo designa uma crise do contrato social na qual um grupo
tenta sobrepor-se a outro, notadamente brancos sobre negros e tal fascismo se
apresenta claramente quando se presencia a contrariedade às cotas raciais em
universidades.
Nesse
sentido, em 20 de julho de 2009 o partido Democratas entrou com uma Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental a fim de declarar inconstitucional o
sistema de cotas raciais adotadas pela Universidade de Brasília. A justificativa
do partido para essa arguição é de que a exclusão nas universidades se dá pela
desigualdade econômica e não pela sua cor de pele e preconceitos raciais e
dessa forma as costas estariam ferindo a igualdade prevista no art. 5º da
Constituição Federal. No desfecho desse caso, o STF julgou a favor da UnB,
considerando constitucional o sistema de cotas como ação afirmativa geradora de
uma igualdade material.
Sobre o
julgamento do STF, Boaventura de Sousa Santos diria que o Direito interpretou seu
papel emancipatório, pois as medidas
adotadas ao sistema de cotas promove a expansão de seu conceito de cidadania ao
tentar incluir grupos subordinados e minorias na sociedade de modo igualitário.
Júlia
Andrade Nunes Queiroz – 1º ano Direito Noturno
Nenhum comentário:
Postar um comentário