René, em poucas linhas.
A dúvida, a incerteza e a indagação
sobre sua própria existência e de tudo o que nos rodeia foi um traço marcante em
René Descartes. O filósofo, nascido na França no contexto renascentista, não
atuava como um cético qualquer, apenas não se contentava um receber um
conhecimento pré-estabelecido, sólido, denso sem ao menos se questionar sobre
sua veracidade. Afinal, os juízos formulados do mundo partem de “um homem de letras em seu gabinete”, como
cita o autor, sem o menor contato com hábitos, culturas e experiências externas
inerentes ao ser humano.
Ao discorrer do “Discurso do
método” percebemos que Descartes parte de determinado conhecimento já
consolidado para estruturar e realizar suas indagações. Ele, sempre que
possível, reconstrói as visões de mundo e as lapida como forma de alcançar o
conhecimento e a verdade. O aperfeiçoamento dos seus juízos, em sua opinião, levaria o homem à aproximação de Deus.
Este ser uno, inclusive, não chega a ser alvo
de dúvidas. Para ele, há quem nunca alcance o espírito além das coisas sensíveis
para acreditar na sua existência. Uma citação de Voltaire exemplifica e contextualiza de forma
ímpar tal entendimento: “O mundo me
Intriga. Não posso imaginar que este relógio exista e não haja relojoeiro”, em
outras palavras, como poderia o universo funcionar de forma tão harmoniosa semelhante a um relógio, sem a existência, por detrás deste espetáculo, as mãos
de um singular relojoeiro.
Portanto, René alterou de
forma substancial o entendimento de mundo e o conhecimento tradicional. Sua máxima, “Penso, logo existo” perdura. Ela foi
capaz de duvidar da existência humana e logo em seguida confirmá-la como
verídica, já que “para pensar, é preciso
existir”.
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