O EXISTIR PÓS-MODERNO CARECE DE FUNDAMENTO
Pensar a sociedade pós-moderna como marcada por
intolerância e ódio poderia ser apenas uma mera remissão ao passado ocidental –
não é, infelizmente. Valores advindos do senso comum, tratam a diversidade de cor, de condição
social e econômica, de gênero, de visões políticas, e cultural na dualidade
superiores e inferiores, dignos de viver ou morrer. A demonização, tornar o
outro desprovido de nossas “qualidades” como representantes do Mal, encontrada na
Inquisição Católica ou nos Regimes Autoritários, ainda está presente.
René Descartes, contemporâneo das grandes expansões comerciais
marítimas, dos desmandos monárquicos e das arbitrariedades da Igreja Católica,
e um dos inauguradores da ciência moderna, preconiza a dúvida sistemática ou
hiperbólica como mecanismo para o conhecimento da realidade. Tudo deve ser
posto em dúvida. O conhecimento se solidifica apenas se perpassa à mais dura
crítica. Por meio do método cartesiano, separa-se
sujeito (ser humano) e objeto do conhecimento (conquanto ainda tenha Deus por
fundamento). A máxima “Penso, logo existo”, traz a existência do ser pensante
como certeza e princípio lógico para compreensão e transformação do real.
Acerca da desumanização da vida é necessário refletir. Os
valores reproduzidos diariamente em nosso comportamento são culturais, fruto da
História humana. Não há de sagrado nisto, por isso, devem ser questionados e
quando necessário para a boa coexistência humana, extinguidos ou modificados. No
“cogito” cartesiano, o bom uso da razão é o caminho mais seguro para se buscar
a verdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário