René
Descartes, em seu Discurso do Método,
dedicando-se exclusivamente à busca da verdade, rejeita tudo aquilo em que se possa encontrar
qualquer dúvida. Pensador racionalista como era, ele questiona até mesmo a sua
própria forma de existência e o mundo que o cerca em determinado ponto de seu
exercício racional. Questionamento esse que pode ser visto no filme Matrix,
relacionando-se com a perspectiva cartesiana na procura pela verdade.
Considerando
que às vezes os sentidos humanos são falhos e imprecisos e que quaisquer
pensamentos que cultivamos quando estamos acordados, podem ocorrer também
durante o sono, Descartes põe em xeque
todas as percepções baseadas nos nossos sentidos, supondo que o mundo em que
vivemos é uma ilusão; e a sua própria forma, admitindo que ele mesmo era uma
substância de natureza pensante, fazendo a separação entre o corpo e a alma do
homem.
Tal
pensamento se remonta no filme Matrix,
no momento em que o protagonista se vê num dilema existencial ao duvidar da
própria realidade em que está inserido (estaria ele vivendo a realidade ou uma
simulação programada por uma inteligência artificial?); e qual seria o seu
verdadeira forma (a mente na simulação ou o corpo na realidade?).
Portanto,
o filme ilustra bem um dos momentos de conflito do pensador francês retratados
na sua obra, trazendo-o para um contexto mais atual em que a computação avança
cada vez mais, se fazendo mais presente em uma sociedade globalizada. Mesmo após
mais de 350 anos de sua morte, Descartes ainda impacta o mundo com seu
racionalismo que visa explicar o mundo e buscar a verdade.
Lucas Camilo Lelis
1º ano — Direito diurno
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