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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Comte



                 O materialismo histórico foi o método de estudo preconizado por Marx e Engels e que tinha por objetivo uma explicação da história da sociedade por meio da análise dos fatos materiais, econômicos e culturais. Segundo tal metodologia a sociedade poderia ser esquematizada em uma superestrutura de base socioeconômica e as revoluções seriam uma adequação das mudanças ocorridas nessa superestrutura.
                 A Revolução Industrial modificou profundamente as estruturas do trabalho e mostrou sua grande adequação na medida em que o trabalho manual foi sendo substituído pela mecanização dos sistemas de produção ao longo do século XVIII, período em que era crescente a demanda por rapidez e pela produtividade. Tais alterações tiveram por consequência uma Inglaterra marcada por grande agitação social feita por trabalhadores que se viam prestes a perder seus postos de trabalho para as máquinas,  e foi esse ambiente de instabilidade que inspirou o Auguste Comte a desenvolver sua teoria sociológica, o Positivismo.
                Comte tinha por objetivo que o entendimento da sociedade chegasse a um estágio viril do conhecimento humano, ou seja, um estado positivo, sustentado num acúmulo de experiência. Assim, inicia uma linha teórica da sociologia que rompe com o pensar abstrato da filosofia tradicional ao propor um pensar real sobre a sociedade, com enfoque científico sobre elementos mais práticos da vida humana para então atingir-se o progresso. Para tanto, Comte expõe em sua doutrina  as propriedades fundamentais da proposta positivista, que podem ser descritas, de forma sucinta, como a ordem, o progresso e a reforma na educação.
               É importante ressaltar, ainda, o destaque dado por Comte à inflexibilidade dos papéis prestados por determinados grupos em uma sociedade e que essa seria a condição para que o progresso ocorresse. Em outras palavras, o não cumprimento de determinados papéis sociais e a busca deste grupo por um papel de maior prestígio seriam o motivo das agitações. Nesse sentido é paradoxal a proposta educacional face à imobilidade social exposta pelo teórico e se mostra enfraquecido o projeto positivista na medida e que a educação adestrada oferecida teria como objetivo maior a manutenção da ordem vigente e não um ensino libertador.

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